*65% da população quer renovação política
* entre 2002 e 2007 o Maranhão cresceu mais que o Nordeste e o Brasil
* O povo saberá escolher
Em 2006, José Reinaldo Tavares poderia ter saído candidato a senador com eleição garantida. Para isso teria de se desincompatibilizar e entregar o Governo do Maranhão ao grupo Sarney. Pôs o projeto pessoal de lado e cumpriu o mandato até o fim. Mais: foi o articulador de uma grande frente, chamada Frente de Libertação do Maranhão, unindo a oposição pela primeira vez em torno de um projeto. O resultado foi a vitória de Jackson Lago (PDT), dois anos depois deposto pelo TSE para acomodar Roseana Sarney no cargo.
O blog entrou em contato com o ex-governador, agora candidato a senador pelo PSB, e perguntou da possibilidade de abrir um espaço em sua agenda de candidato para conceder entrevista. Sempre afável, aceitou prontamente. As perguntas lhe foram enviadas na sexta-feira por e-mail. No sábado foram devolvidas prontamente respondidas. O resultado o leitor acompanha abaixo:
Blog do Kenard – Como o Sr. viu a cassação do governador Jackson Lago?
José Reinaldo –Como a maior violência política já acontecida no nosso estado. Foi uma decisão política, sem base jurídica, e na seqüencia descumprindo a Constituição que manda nesses casos fazer nova eleição. A perdedora jamais poderia assumir. Foi um ato de força, ilegítimo.
BK - Eles condenavam os convênios feitos no seu governo. Agora estão fazendo uma verdadeira enxurrada de convênios, em ano eleitoral, às pressas e suspeitos. A oposição pretende fazer alguma coisa?
JR –A oposição está guardando tudo para futuras ações. Nunca se viu tal derrama de dinheiro público, sem nenhum benefício para a sociedade, pois dificilmente reverterá em algum benefício para a população. São eleitoreiros.
BK – Em 94, Roseana Sarney venceu o então candidato Cafeteira numa eleição até hoje sob suspeita. Ela assumiu e entregou o governo ao marido Jorge Murad. Em 2009, Roseana toma o governo de Jackson Lago no TSE. Ela assume e entrega o governo ao cunhado Ricardo Murad. O que o Sr. diz sobre isso?
JR – Que a Roseana é ficção política que vive de marketing. É tão grave a sua ausência no governo que tem como maior exemplo uma publicação da Secretaria de Planejamento divulgada em Novembro de 2009 que considera os seus períodos de governo anteriores como a década perdida tal a ausência de resultados sócios econômicos para a população do Maranhão. E no capítulo seguinte afirma que tudo mudou entre 2002 e 2007 quando o Maranhão cresceu mais que o Nordeste e do que o Brasil. É verdade confirmada pelo IBGE, mas se ela governasse, sabendo como ela é, jamais permitiria a divulgação da verdade nesses termos. Não sabe de nada do que se passa em seu próprio governo. É uma ausente.
BK – O Sr. tem demonstrado confiança na vitória da oposição. O que lhe leva a pensar assim?
JR – Pesquisas repetidas por todos que estão na disputa mostram que 65% da população querem renovação política no estado. Querem uma saída nova para os problemas do estado. É aí que Flávio vai crescer, é entre a maioria que quer mudanças e um nome novo confiável para colocar o Maranhão no rumo certo e definitivo. Hoje já é um fenômeno que varia entre 15 e 20 % de votos. Sem dúvidas vai crescer.
BK – O Sr. tem feito várias viagens com Flávio Dino ao interior maranhense. Quais são as possibilidades de Dino como candidato a governador?
JR – Imensas. O povo o aceita facilmente por onde passa. O seu discurso transmite confiança a quem já não tinha esperanças das coisas melhorarem. Todos que viajam juntos com ele, têm a mesma opinião.
BK – Numa possível vitória da oposição, o que deverá ser feito para finalmente o Maranhão deixar o atraso que amarga há 45 anos?
JR –Segundo o IBGE entre 2002 e 2007 o Maranhão cresceu rapidamente, multiplicou o seu PIB por dois e a sua renda per capita por três. Experimentou números de crescimento quase chineses. E a agenda é simples. Melhorar o IDH, cuidando de assegurar ao povo o que é essencial para uma vida digna, ou seja, casa com banheiro, água potável, coleta de lixo, assistência de saúde e educação de qualidade. Segurança e assistência técnica e ambiente sadio para atrair empresários. E através do exemplo combater, sem tréguas, a corrupção que corrói o estado e os seus recursos.
BK – O Diap, recentemente, pôs dois candidatos ao Senado com boas possibilidades: Edison Lobão (reeleição) e José Reinaldo Tavares. É possível vencer a máquina do Estado e ainda disputar com tantos candidatos ao Senado pela oposição?
JR – Se torna mais fácil quando o governo não tem credibilidade como o de Roseana. Tenho ao meu favor o antissarneísmo, as organizações sociais e a sociedade organizada e a confiança dos prefeitos que experimentaram durante o meu governo uma maneira melhor e mais parceira para administrar. Tenho muitos amigos na classe política. E os eleitores sabem que o Maranhão precisa de senadores que defendam o estado e quebrem a manipulação política que tanto atrasa o Maranhão. Os eleitores sabem que podem contar comigo defendendo os interesses maiores da população. Poderia ser mais fácil se tivéssemos na oposição uma concentração de votos em dois candidatos o que foi impedido.
O povo saberá escolher.
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