domingo, 8 de fevereiro de 2015

GOVERNADOR FLAVIO DINO CONCLUIU O SEU PRIMEIRO MÊS DE MANDATO COM MUITOS ATOS POSITIVOS PARA O POVO DO MARANHAO

Avanços sociais e fim de privilégios marcam primeiros 31 dias do governo Flávio Dino

Os primeiros 31 dias do Governo Flávio Dino foram marcados por ações que demonstram o compromisso com o desenvolvimento do estado e reforçam a mudança de práticas na gestão pública. Medidas saneadoras e emergenciais em áreas como segurança, educação e saúde, foram aplicadas pelo governador no intuito de reestruturar a administração pública, que foi encontrada sucateada, apresentando um déficit bilionário em compromissos financeiros deixados pela gestão anterior.
flavio-dino2Governador Flávio Dino
Entre as primeiras ações do governador Flávio Dino priorizou o combate às desigualdades sociais e a superação da extrema pobreza no estado. Para tanto, instalou o Comitê Gestor do Plano de Ações “Mais IDH”. A criação do comitê garantirá a promoção de políticas públicas, articulada por diversas secretarias, para efetivar o combate ao analfabetismo e a precarização das escolas públicas; regularizar e/ou implantar o fornecimento de água; promover geração de emprego e renda; incentivar a produção na agricultura familiar e organizar uma política pública de habitação.
“Vamos desenvolver o Maranhão e combater a pobreza que atinge grande parte da população. Vamos mostrar que é possível fazer tudo isso com um governo focado em melhorar a vida dos que mais precisam”, afirmou Flávio Dino. Com este intuito, o governador pediu a contribuição dos trabalhadores para melhorar a qualidade de vida nos 30 municípios com mais baixo IDH no estado, segundo critérios do IBGE.
O presidente da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Maranhão (Fetaema), Francisco de Jesus Silva, conhecido como Chico Miguel, avaliou a iniciativa como o início de um novo momento para os trabalhadores e para o Maranhão. “A Fetaema e todos os movimentos sociais sempre cobraram essa postura dos governantes, e é a primeira ação de um governador nesse sentindo”, elogiou.
A preocupação com o desenvolvimento econômico também permeia a administração do governador Flávio Dino que já nos primeiros dias de gestão deixou claro que os empresários terão, pela primeira vez, participação efetiva na definição da política de investimentos delineada pelo Governo do Estado. Ratificando o compromisso firmado ainda em campanha, o governador Flávio Dino instalou o Conselho Empresarial do Maranhão (Cema) que composto por secretários estaduais e representantes das organizações empresariais e produtoras. O conselho é um espaço deliberativo que garante a participação efetiva de investidores maranhenses na definição de ações públicas de desenvolvimento. As ações serão focadas em diferentes segmentos, representados no conselho por câmaras setoriais que abrangerão os setores de turismo, agronegócio, energia e gás, minério, metalurgia, comércio e serviços e infraestrutura.
“Esse primeiro passo do governador, junto ao empresariado maranhense, foi muito feliz. Essa iniciativa de unir o poder público à iniciativa privada para o desenvolvimento do Maranhão é inovadora e tem tudo para dar certo”, pontuou o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) do Maranhão, José Arteiro da Silva, aprovando a iniciativa do governador Flávio Dino.
Em apenas 31 dias de governo, Flávio Dino tem mantido a postura de estadista, com foco nas prioridades do Maranhão, realizando as ações propostas durante o período eleitoral. O governador tem adotado políticas sociais com acesso aos direitos fundamentais garantidos pela Constituição Federal e é com essa nova postura que o Maranhão deixa para trás uma prática obsoleta e instala um novo momento no Estado.
EDUCADOR E EDUCAÇÃO
Professor que se tornou governador do Maranhão, Flávio Dino, já nos primeiros 31 dias à frente do Governo do Estado, deu mostras de como pretende cuidar da educação: valorizando professores e dando condições de aprendizagem aos alunos.
Entre as medidas consolidadas para o setor está o programa “Escola Digna”, que que tem como foco propiciar, às crianças, jovens, adultos e idosos atendidos pelo Sistema Estadual de Ensino e pelo Sistema Público de Ensino dos Municípios, o acesso à infraestrutura necessária nas escolas maranhenses. Com o programa, serão erradicadas do estado as chamadas escolas de taipa, que não oferecem condições mínimas para receber estudantes.
Outro ganho para o setor é a valorização dos professores. Após uma luta de 20 anos, os professores maranhenses conseguiram a aplicação do percentual do piso nacional, além de reajuste de 15% no salário para os professores contratados.
“Todas essas medidas são reivindicações muito antigas da nossa categoria que agora começam a ser atendidas depois de muitos anos de luta e nenhuma resposta. Professores mais valorizados são profissionais mais motivados que vão fazer toda a diferença nos índices educacionais do nosso estado”, destacou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica das Redes Públicas Estadual e Municipal do Estado do Maranhão (Sinproesemma), Júlio Pinheiro.
O processo democrático nas escolas, a implantação da Gratificação de Incentivo de Desempenho da Gestão Escolar, a prorrogação dos contratos de 4.990 professores, a realização de seletivo para contratação de mais mil professores temporários, a garantia da progressão funcional para 11.444 professores, e a realização de reparos emergenciais em 93 escolas que estão sem condições de funcionamento estiveram contemplados no pacote de benefícios destinadas ao setor pelo governador Flávio Dino.
“É uma imensa alegria poder demonstrar diariamente o nosso compromisso de ampliar os serviços públicos, que é o principal legado que deixaremos nesse período governamental. Não me preocupam grandiosas obras físicas; preocupa-me essa enorme e inigualável obra de melhorar a vida do povo do Maranhão. Para isso, precisamos de mais servidores públicos e mais serviços públicos”, destacou Dino.
FIM DE PRIVILÉGIOS
A mudança de postura pública e o fim de privilégios também fizeram parte dos primeiros 30 dias de gestão do governador. Com este intuito, Flávio Dino determinou a criação da Secretaria de Transparência e Combate à Corrupção (STC) e de auditoria no precatório nº 14.267/2010, que resultou, na gestão anterior, no pagamento de R$ 113 milhões à empresa Constran-UTC.  A nova administração criou uma Comissão de Investigação para apurar possível prejuízo ao erário público e indícios de má utilização de recursos.
DÍVIDAS E COMPROMISSOS
Apesar da realidade financeira do Governo do Estado, que iniciou 2015 com uma dívida deixada pelo governo anterior, na ordem de R$ 1,3 bilhão, Flávio Dino honrou o pagamento de empresas e dos servidores, que receberam os vencimentos no sábado (31).
Os valores deixados em caixa pela administração passada somaram apenas R$ 24 milhões, enquanto a dívida ultrapassava R$ 1 bilhão. Com este balanço financeiro a saída encontrada pelo governador foi a redução de 30% do orçamento de custeio, o que resultou em uma economia de mais de R$ 800 milhões.Com esta medida, o Governo do Estado criou condições para quitar o salário dos servidores.
“Isso demonstra que o governo está comprometido com as causas dos servidores públicos”, comemorou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Maranhão, Cleinaldo Lopes, ao receber a notícia.
Outro saldo positivo foi o pagamento das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), responsáveis pela prestação de serviços nas unidades de saúde da rede estadual. O pagamento, atrasado pela administração anterior desde 15 de dezembro de 2014, beneficiou cerca de 11 mil servidores da saúde, das OSCIPs Bem Viver, IDAC e ICN.
SAÚDE INTEGRADA
Outro grande passo do Governo do Maranhão nos últimos 30 dias foi o anúncio da implantação da Central Única de Regulação, que permitirá maior eficiência ao atendimento na área da saúde do Estado. Pacientes oriundos da rede municipal de saúde não são mais rejeitados na rede estadual e os sistemas trabalham em parceria.
Além disso, o Decreto n.º 30.616 instituiu a Força Estadual da Saúde do Maranhão (Fesma), um programa de cooperação voltado à execução de medidas de prevenção, assistência e combate a situações de risco epidemiológico. O foco inicial de atuação da força estadual terá as seguintes prioridades: mortalidade infantil; mortalidade materna; diabetes; hipertensão; saúde das populações indígenas e grupos com maior vulnerabilidade.
SEGURANÇA PARA TODOS
Medidas para contribuir no combate à violência também já foram postas em prática pela gestão Flávio Dino. Reforço do policiamento no Centro Histórico de São Luís e diversas ações no interior do Estado foram feitas para levar mais segurança à população. Além disso, ainda no dia 1º de janeiro o governador determinou a convocação de mil aprovados na primeira fase do concurso público de soldados da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros para Teste de Aptidão Física.
A segurança e controle nas unidades prisionais também já foi contemplado nestes últimos 30 dias. Para isto, o governador Flávio Dino enviou Medida Provisória à Assembleia Legislativa, que estabelece o fim das terceirizações no sistema penitenciário e a realização de processo seletivo para a contratação temporária de 1,3 mil profissionais.
“O sistema penitenciário estava refém da terceirização; há dois anos lutávamos contra essa prática do governo anterior que só trouxe malefícios à população e a nossa categoria. Isso era uma espécie de atravessador, quando o contrato poderia ser direto e os custos bem menores”, afirmou o presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário do Estado do Maranhão (Sindspem-MA), Benigno Portela.
O seletivo que será aberto já neste mês de fevereiro garantirá 800 vagas para vigilantes penitenciários e mais 500 vagas para agentes penitenciários, até a realização de conclusão de concurso público planejado para ter edital divulgado ainda neste ano. A medida trará economia de quase R$ 22 milhões aos cofres públicos se comparado com os gastos estabelecidos na gestão anterior que alcançaram a cifra dos R$ 63 milhões.
“Com o dinheiro economizado, vamos avançar na organização das unidades, investindo em segurança e no respeito à Lei de Execuções Penais”, afirmou o governador.
RESPEITO ÀS COMUNIDADES RURAIS
Preocupado com o direito à moradia e respeito às famílias da zona rural, o governador Flávio Dino revogou decreto da gestão anterior que desapropriava a área da comunidade Cajueiro, em São Luís, em favor da WPR Gestão de Portos e Terminais Ltda. A área é habitada por cerca de 350 famílias divididas em quatro povoados.
Para o presidente da Associação de Moradores do Cajueiro, Davi de Jesus Sá, esse momento era esperado por todos. “Nós aguardamos o apoio dessa gestão e esse gesto devolve nossas esperanças”, comemorou.
Outra ação que expressa a importância que o governador dedica ao meio rural foi a criação de uma secretaria especificamente para o setor, a secretaria de Agricultura Familar (SAF), que está atuando na reestruturação de todo o sistema administrativo de apoio e assistência técnica à agricultura familiar, beneficiando mais de dois milhões de agricultores do Estado.
PRINCIPAIS AÇÕES DO PRIMEIRO MÊS DE GESTÃO:
·        Programa Escola Digna
·        Processo seletivo democrático para a função de gestão escolar das Unidades de Ensino
·        Prorrogação de 4.990 contratos com professores e contratação de mais mil
·        Gratificação por desempenho na gestão escolar
·        Auditoria no caso do precatório da Constran
·        Plano de Ações ‘Mais IDH’ e seu respectivo Comitê Gestor
·        Criação do Conselho Empresarial do Maranhão
·        Convocação de mil aprovados na primeira fase do concurso público de soldados da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros
·        Regularização dos pagamentos das OSCIPs, atrasados pela gestão anterior
·        Anulação de desapropriação de terras no Cajueiro
·        Parceria pela mobilidade urbana de São Luís
·        Primeira etapa do Programa ‘Mais Asfalto’ anunciado para Imperatriz
·        Ampliação do desconto do IPVA de 5% para 10%
·        Assinatura de convênio com a Caixa Econômica Federal por melhorias nas áreas de habitação, gestão pública e do IDH
·        Assistência aos municípios para a conclusão dos Planos de Educação
·        Anúncio da Regulação Única da saúde no Maranhão
·        Reforço do policiamento no Centro Histórico de São Luís
·        Parceria com a Prefeitura de São Luís para obras de revitalização do Centro Histórico
·          Economia de R$ 1 bilhão com fim de terceirizações no Detran
·        Reajuste de 15% para professores contratados e fixação do piso nacional para profissionais da Educação
·  Fim de terceirizações e seletivo para contratação de 1.300 funcionários pro sistema penitenciário
·  Anistia de juros e multas para regularização do IPVA
· Articulação com prefeitos e sindicatos no Plano de Ações ‘Mais IDH’
· Programa Bolsa Família Escola
· Parceria com a Ancine para financiamento de R$ 3 milhões na produção audiovisual do Estado;
· Redução do contingente policial do Palácio dos Leões de aproximadamente 150 para 70 policiais militares;
· Comissão especial para elaborar proposta visando revisão das regras de ingresso, lotação, transferência e promoção de militares
· Regras para transição republicana de governo;
· Reforma emergencial de 93 escolas da rede estadual em situação precária;
· Parceria com a Prefeitura de São Luís para a realização do Carnaval de todos
· Pagamento dos salários de técnicos, enfermeiros e médicos, atrasados pelo governo passado;
· Reestruturou a administração com extinção de cinco secretarias reduzindo de 36 para 31 pastas;
· Secretaria de Agricultura Familiar;
· Secretaria de Transparência e Controle;
· Fim de nome de pessoas vivas em logradouros e prédios públicos sob domínio da gestão estadual;
· Força Estadual da Saúde do Maranhão, que atua em auxílio aos municípios na atenção básica à saúde;
· Comissão Especial para venda da ‘Casa de Veraneio do Governo’, cujos recursos serão destinados a hospital de combate ao câncer;
· Processo seletivo democrático, que permite eleição direta para diretores de escola da rede estadual;

sábado, 7 de fevereiro de 2015

GOVERNADOR FLAVIO DINO REAFIRMA COMPROMISSOS COM O POVO DO MARANHÃO EM ENTREVISTA CONCEDIDA À REVISTA ISTOÉ

“Acabamos com as quadrilhas que operavam no governo do Maranhão”, diz Flávio

Governador Flávio Dino diz que não foi possível corrigir em 30 dias os erros cometidos pelo clã Sarney durante 50 anos, mas garante ter acabado com o nepotismo no Estado e promete que ninguém no novo governo assaltará o erário público
por Josie Jerônimo, da Istoé Independente
DE VOLTA PARA O FUTURO
Comunista repete Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda de FHC: “No Brasil até o passado é imprevisível”
Não bastasse o rombo nas contas públicas deixado pela antecessora, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), deparou-se com mais um grave e surpreendente problema administrativo, ao encerrar seu primeiro mês de mandato: a ex-governadora Roseana Sarney não quitava as despesas com energia dos órgãos públicos havia meses e o Estado deve R$ 30 milhões à companhia elétrica. A pendência se soma à dívida de R$ 1,1 bilhão herdada do governo anterior que, aos poucos, será equacionada, segundo afirmou Dino em entrevista à ISTOÉ. “É impossível que a gente corrija em 30 dias tudo de errado que fizeram em 50 anos. De qualquer forma, acabamos com o nepotismo e não há ninguém no governo ocupado em assaltar o erário público”, salientou o novo governador.
“O que for estritamente pessoal na Fundação Sarney não interessa para a manutenção com dinheiro público. Ele pode fazer um memorial privado”
Sobre o cancelamento da obra da Refinaria Premium I, muito criticada pela oposição, Dino atribuiu a culpa ao ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão e ao seu padrinho José Sarney e lembrou da relação deste com Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, partícipe e delator do esquema de desvios na estatal. “Sabe Deus o que está enterrado nesse buraco da refinaria, boa coisa não é. O intermediário dos negócios com o governo do Maranhão era o notório e notável Paulo Roberto Costa. Era ele que vinha aqui. Em todas as fotos da refinaria, com Roseana, com Sarney, com Lobão, está o Paulo Roberto Costa.”
“O intermediário dos negócios com o governo do Maranhão era o notório e notável Paulo Roberto Costa. Era ele que vinha aqui”
ISTOÉ -
Um mês de governo foi tempo suficiente para o sr. conhecer a real situação do Estado?
FLÁVIO DINO -
Há uma frase atribuída ao ex-ministro Pedro Malan que se aplica à realidade em que a gente se encontra: no Brasil até o passado é imprevisível. Toda semana é uma surpresa. Na terça-feira nós descobrimos que a conta de energia elétrica dos órgãos públicos não estava sendo paga havia vários meses, uma dívida de R$ 30 milhões. Não houve uma transição organizada: no meio do processo a governadora Roseana Sarney renunciou. Então, o que nós apuramos até aqui são débitos da ordem de R$ 1,1 bilhão. Nós fizemos uma economia rigorosa de custeio, seguramos a abertura do Orçamento e estamos lutando para atualizar esses débitos passados, sobretudo com os servidores e prestadores de serviço. As dívidas inadiáveis, como o empréstimo que Roseana havia feito com o Bank of America, uma parcela de R$ 110 milhões, nós pagamos neste mês.
ISTOÉ -
Antes de assumir, o sr. impediu sua antecessora de fechar um contrato bilionário de terceirizados para os presídios. Qual foi a alternativa para lidar com a falta de funcionários?
FLÁVIO DINO -
Vamos substituir os terceirizados por trabalhadores temporários. Mesmo pagando um salário maior, o Estado terá uma economia anual de R$ 20 milhões. Isso mostra que a terceirização é ineficiente. O passo seguinte é fazer o concurso ainda neste ano para preenchimento dos cargos de agente penitenciário. Esse é o primeiro desafio; o segundo é ampliar e melhorar os presídios. Encontramos as obras de unidades prisionais paralisadas, porque elas haviam sido contratadas com base em situações de emergência que foram decretadas no auge da crise. O presídio Timon era para ter sido concluído em outubro; o de Imperatriz, em setembro. As obras não foram concluídas. Um caminho jurídico para dar sequência às obras é a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
ISTOÉ -
Por que os órgãos de controle do Estado não detectaram as irregularidades nas contas públicas durante o mandato de Roseana Sarney?
FLÁVIO DINO -
Os mecanismos de controle interno, externo e as ações do Ministério Público sempre foram muito frágeis, de baixa eficácia. Estamos tentando redesenhar esses mecanismos. O governo procurou o Tribunal de Contas do Estado para fazer o treinamento dos novos servidores. Estamos apurando e encontrando absurdos. Vamos provocar o tribunal de contas, o Ministério Público. Vamos enviar tudo para que eles tomem as providências que considerarem necessárias. Há casos de total afronta à lei de responsabilidade fiscal.
ISTOÉ -
O sr. recebeu críticas pela composição do secretariado. Existem parentes e apadrinhados em seu governo?
FLÁVIO DINO -
Não há nenhum parente meu em nenhum cargo até o 20º grau, rigorosamente nenhum. Em relação aos secretários, o que aconteceu é que nós estamos formando equipes. As pessoas citadas como aliados são servidores de carreira de vários órgãos. O caso em que mais bateram foi o da chefe de gabinete do governador. Ela é dirigente do PCdoB há 20 anos, foi dirigente do sindicato e coordenou minhas campanhas desde 2006. É professora concursada. Ela atualmente tem relação afetiva com outro secretário. É a mesma situação da ministra Gleisi Hoffmann com o ministro Paulo Bernardo. Eu não posso punir o amor, não posso controlar a vida afetiva das pessoas. Ele a nomeou? Não, fui eu quem nomeou. Não há nenhuma violação legal. Há uma tentativa dos nossos antecessores de buscar nos igualar a eles. Eles dizem o tempo todo: nada mudou. Mas o povo está vendo, não há nepotismo no Maranhão, não há ninguém no governo ocupado em assaltar o erário público, essa é uma grande mudança. Acabamos com as quadrilhas que operavam no governo do Maranhão. Nós pegamos o portal da transparência com 40% de gastos secretos e estamos refazendo o sistema. Eles estão nos acusando de deixar o portal fora do ar durante a troca da metodologia. Mas nós estamos corrigindo uma fraude. Eles cobram, mas é impossível que a gente corrija em 30 dias tudo de errado que fizeram em 50 anos.
ISTOÉ -
O cancelamento das obras da Refinaria Premium I trará prejuízos ao Maranhão?
FLÁVIO DINO -
A refinaria é uma boa ideia mal executada. Que o Brasil precisa de mais refinarias não há dúvida. Que é justo e necessário que essas refinarias sejam construídas nas regiões Norte e Nordeste é indiscutível. O principal produto do complexo portuário é combustível. O Maranhão é um grande distribuidor de combustível para o Norte e o Nordeste, é um entreposto. Temos necessidade de refino, porto, ferrovias e rodovias. A própria localização geográfica do Maranhão é estratégica, pois está no meio do caminho, tem acesso direto ao Centro-Oeste via ferrovias. São muitas vantagens técnicas.
ISTOÉ -
Então, por que o projeto fracassou?
FLÁVIO DINO -
O problema foi a apropriação eleitoreira, a agonia do Edison Lobão e do José Sarney quando eram ministro de Minas e Energia e presidente do Senado. Forçaram a mão para que o projeto da refinaria saísse de qualquer jeito, sem projeto, sem estudo técnico. Deu no que deu. Agora eles estão querendo empurrar o problema para mim. Eu tenho que salvar a refinaria do Maranhão. Eles me cobram todo dia. O Sarney fez um artigo dizendo que o governo tem que se mobilizar. Claro que eu desejo que o Maranhão receba uma refinaria, mas quem criou o problema foram eles. Que resolvam.   O certo é que enterraram R$ 1,5 bilhão aqui e ninguém sabe como e por que agora há um vazio completo. Estou esperando passar a situação de instabilidade institucional muito aguda da Petrobras, que acabou resultando nesse anúncio da saída da Graça Foster. Estou esperando as coisas se arrumarem para eu restabelecer um diálogo com a Petrobras, em outras bases, em outros termos, dessa vez como uma coisa séria. Não por acaso, o intermediário dos negócios com o governo do Maranhão era o notório e notável Paulo Roberto Costa. Era ele que vinha aqui. Em todas as fotos da refinaria, com Roseana, com Sarney, com Lobão, está o Paulo Roberto Costa. Era ele o interlocutor, ele que vinha, ele que reunia, ele que anunciava. Sabe Deus o que está enterrado nesse buraco da refinaria. Boa coisa não é.
ISTOÉ -
O ex-presidente José Sarney atribuiu os cortes de verbas na fundação que guarda seu acervo a uma vingança. A instituição será fechada?
FLÁVIO DINO -
O que a gente fez emergencialmente foi reduzir os gastos. Havia um comprometimento com pessoal lá que ultrapassava R$ 2 milhões. Reduzimos a folha. Agora estamos averiguando a parte estrutural do prédio. O Convento das Mercês está com risco de desabamento, várias partes estão escoradas. Não consigo entender como deixaram um prédio do século XVII naquela situação. Estamos rediscutindo o modelo da fundação. O que se referir ao mandato presidencial do senador José Sarney pode integrar o acervo da fundação. O que for estritamente pessoal não interessa para a manutenção com dinheiro público. Ele pode fazer um memorial privado, custeado com dinheiro privado.
ISTOÉ -
Qual é o futuro da Fundação Sarney?
FLÁVIO DINO -
Nossa proposta é que fiquemos responsáveis apenas pela guarda do que é estritamente relacionado ao período presidencial. O passo seguinte é transformá-la em uma fundação de memória republicana, e não no registro de passagem de um único político.
ISTOÉ -
No Congresso, o sr. ajudava nas articulações do governo. Como analisa a eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a presidência da Câmara?
FLÁVIO DINO -
Menos problemas do que se prevê. O governo continua a ter uma maioria folgada. A grande questão é a gestão dessa maioria. Há alguns anos, o PT tinha uma visão de que a chave da governabilidade é um duopólio PT/PMDB. Essa foi a estratégia do segundo mandato do Lula e do primeiro mandato da Dilma. Os conflitos e dificuldades iniciais mostram que é hora de uma visão mais aberta.
ISTOÉ -
Com os desdobramentos do escândalo da Petrobras, crises hídrica e energética e um inimigo no comando da Câmara, o governo corre o risco de atravessar uma crise institucional?
FLÁVIO DINO -
Crise institucional, não. Passamos por muita coisa na superação da ditadura para a democracia. Está muito claro que não há um cenário de impasse sem saída. A tendência é haver algum tipo de rearranjo, pacto entre as forças políticas. A iniciativa de abrir um diálogo com a oposição tem que partir do governo. A continuidade do clima do segundo turno não ajuda para que os problemas da população sejam resolvidos. Essa polarização sectarizada entre PT e PSDB não ajuda o Brasil. Essa é uma briga paulista que acabou se tornando uma questão nacional de um modo, a meu ver, muito artificial.