Por Haroldo Saboia
Definidas as coligações majoritárias e escolhidos os candidatos ao governo, podemos afirmar que as eleições maranhenses, deste ano de 2010, serão disputadas tendo como baliza dois pontos de equilíbrio.
O primeiro entre as forças oposicionistas, os novos balaios, em um campo, e a velha oligarquia barrica, em outro.
Estes dois campos disputam, ferreamente, a maioria do eleitorado maranhense.
Na realidade, desde a adoção de dois turnos para eleições de governador, em 1990, apenas em 1998 a disputa foi definida logo no primeiro turno.
Em 1990, Castelo disputou com Lobão o segundo turno (Conceição Andrade foi afastada na primeira rodada). Em 1994, Cafeteira enfrentou Roseana, depois de superar Jackson Lago no primeiro turno. Em 2002, a soma dos votos das oposições superou o total dos votos governistas. A oligarquia, todavia, derrotada no primeiro evitou o segundo turno graças a anulação dos votos do candidato a governador do PSB oposicionista (em torno de quatro por cento dos votos válidos ). Em 2006, Roseana alcançou apenas 47 por cento no primeiro escrutínio. Mais uma vez tivemos dois turnos, com a vitória de Jackson Lago.
O segundo ponto de equilíbrio será no próprio interior do campo oposicionista. Será a disputa, igualmente acirrada e equilibrada, pela segunda colocação.
Será o embate entre o candidatado da coligação PDT-PSDB, o ex-governador Jackson Lago, e o do PCdoB-PSB-PPS, o deputado federal Flávio Dino.
Parto do princípio que estes dois candidatos terão, no mínimo, a metade dos votos válidos. Em 2006, Jackson com 34 %,Vidigal com 14 % e Aderson com 4 % superaram esta barreira e, somados, atingiram 52 % do eleitorado maranhense.
Esta corrida pelo segundo turno será necessária e obrigatoriamente cilivizada. Do contrário não será uma disputa será um suicídio (e suicídio coletivo, posto que a responsabilidade dos candidatos não é de caráter individual e, sim, social).
Há quem duvide do caráter imprevisível desta disputa e aposte em um franco favoritismo do ex-governador Jackson Lago.
Não compartilho deste ponto de vista. Entendo que ao longo da campanha Lago tenderá a perder pontos para o candidato Dino.
E perderá tanto mais se mantiver sua postura atual e recusar, veementemente, qualquer autocrítica séria dos graves erros políticos de sua administração. A persistir a influência exercida pelo todo poderoso supersecretártio Aziz Abud Santos que desafiou a opinião pública com uma sem-cerimônia capaz de fazer inveja a qualquer jorge-murad-da-vida (estão aí os professores da rede pública estadual !!! ), Jackson Lago perderá para Flávio Dino, lenta e gradativamente , sua condição de candidato favorito e natural da oposição mercê de sua longa militância política e da violência que sofreu pelos tribunais a serviços da oligarquia maranhense.
Seja como for, as duas candidatura tendem - no meu modestíssimo entendimento - a uma confluência em torno do vinte e cinco por cento dos votos. Aquele que superar seu concorrente no campo das oposições o fará por pequena, pequeníssima margem de votos.
Nesse quadro, todo e qualquer erro de um e de outro acabará por afetar a soma dos dois, beneficiando a tetra candidata Roseana Sarney Murad, aquela que Duda Mendonça insiste em apresentar como novidade embora seja, na política maranhense, mais antiga que a Sé de Braga.
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