quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Tiririca consegue ler e escrever em teste de alfabetização
Folha.com
O deputado federal eleito Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), o palhaço Tiririca, conseguiu ler e escrever em teste de alfabetização feito nesta quinta-feira pela Justiça Eleitoral.
Segundo o presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo, Walter de Almeida Guilherme, o deputado eleito fez um ditado tirado da página 52 do livro "Justiça Eleitoral, uma retrospectiva", editado pelo tribunal.
De acordo com o TRE, não é possível afirmar que Tiririca passou no teste. A decisão caberá ao juiz Aloízio Silveira, que cuida do caso.
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Apu Gomes/Folhapress
Tiririca conseguiu ler e escrever em teste de alfabetização
Ele teve que escrever: "A promulgação do Código Eleitoral, em fevereiro de 1932, trazendo como grandes novidades a criação da Justiça Eleitoral".
Tiririca também foi obrigado a ler o título e subtítulo de duas reportagens, uma sobre o Procon e outra sobre o filme de Ayrton Senna. Ele teve de fazer uma interpretação do que leu e escreveu.
O deputado eleito se recusou a fazer uma perícia do documento que apresentou ao registrar a candidatura para provar que era alfabetizado.
O presidente do tribunal lembrou que ninguém é obrigado a produzir uma prova contra si mesmo.
De acordo com Guilherme, o comediante será diplomado, qualquer que seja o resultado.
"Não se constatou nada que pudesse indeferir o registro de sua candidatura. Por isso, o seu registro foi considerado legítimo", afirmou.
Na tarde de hoje, estão sendo ouvidas quatro testemunhas, duas de defesa e duas de acusação.
Recordista de votos nestas eleições, Tiririca chegou para a prova por volta das 9h ao lado do advogado e não falou com a imprensa.
Ele saiu para almoçar pouco depois das 12h e voltou cerca de duas horas depois. O sigilo do processo foi suspenso.
Tiririca foi acusado pelo Ministério Público de entregar à Justiça Eleitoral declarações falsas sobre sua alfabetização e seus bens.
A denúncia levou à abertura de uma ação penal sob a acusação da prática de falsidade ideológica contra o humorista, eleito no dia 3 de outubro, com 1,3 milhão de votos --o recorde deste ano para as vagas da Câmara dos Deputados.
A perícia levantou a suspeita de que a declaração de alfabetização não foi redigida pelo humorista.
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