sexta-feira, 19 de novembro de 2010
A HISTÓRIA SUBMERSA DO NOVO GOVERNO DE ROSEANA SARNEY
Por JM Cunha Santos
Brigas, insultos, muita confusão, matérias plantadas em blogues e sites, informação e contra-informação, documentos secretos arrancados de secretarias por auxiliares do governo travestidos em arapongas, denúncias de corrupção na Secretaria da Educação, na Secretaria de Administração e na de Ciência e Tecnologia.
O Estado falido. Repartições públicas sem material de expediente, papel, caneta, cafezinho e em alguns casos até sem papel higiênico. Camburões da polícia retirados de circulação por falta de combustível. A Assembléia Legislativa em dificuldades até para pagar os deputados.
Um motim que matou 18 presos e índios em pé de guerra na região de Barra do Corda. Também por falta de dinheiro. Hospitais sem gaze, esparadrapo ou qualquer material de urgência.
Nesse clima e nessa situação, achacada de um lado por Ricardo Murad e de outro pelo marido Jorge, que compõem grupos de poder distintos e rivais, e mais ainda pelo PMDB e pelo DEM inconformados com o espaço ocupado na administração pelo Partido dos Trabalhadores, a governadora tenta, timidamente, operar uma Reforma Administrativa que está lhe custando a alma.
Max Barros vai parar na Secretaria de Infraestrutura incorporada à de Cidades contra a vontade de Ricardo e derruba Filuca Mendes, o que irrita terrivelmente o jovem deputado Victor. Anselmo Raposo é posto para fora da Secretaria de Educação a pontapés também pela vontade do vice-governador Washington Luís. Contam que na presença de várias pessoas a governadora teria dito a Raposo: “o seu é um caso de polícia”.
A Secretaria de Esportes e Juventude vai ser partida em duas porque o futuro presidente da Assembléia, Ricardo Murad, tem dois genros. O povo é ameaçado com uma possível indicação de João Alberto para a Secretaria de Segurança Pública (lembrem da Operação Tigre) apenas para que se garanta a prometida vaga de senador ao senhor Clóvis Fecury, acusado constantemente de ter acabado com o DEM no Maranhão.
Luís Fernando Silva, prefeito de Ribamar, inimigo factual de Dom Ricardo, é indicado para o núcleo do poder, a Casa Civil, contra a vontade de muitos prefeitos que lhe imputam a responsabilidade pela não liberação de recursos rateados de convênios no período eleitoral. Mas este é o governo de Jorge e ele quer, além do controle econômico, também o controle político. Por isso, Luis Fernando fica.
Arapongas fazem circular na Assembléia um documento que acusa o vice-governador, Washington Luís, de envolvimento com irregularidades financeiras na Secretaria de Ciência e Tecnologia. O documento desaparece num passe de mágica. E inimigos do PT dentro do governo distribuem entre blogueiros a história da fabulosa fraude do Imecap. Assim, esperam que o vice-governador não tenha autoridade para escolher o novo Secretário de Educação.
O secretário de Segurança, Aluízio Mendes, investiga o motim que acabou em carnificina e jura que foi planejado fora dos muros do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. E só pode ser por gente que não o quer na direção da pasta e apostou que a rebelião o arrancaria do cargo. Jamais. Ele é o espião que saiu do frio. Já descobriu, inclusive, que a administração sabia da existência de armas dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.
Ricardo Murad não suporta Luis Fernando Silva, mas como diria mestre Zagalo, comandando uma seleção mais humana, “vai ter que engolir”. Manoel Ribeiro e Pedro Fernandes estão dando pulos de raiva porque vão perder a Secretaria de Agricultura e a de Desenvolvimento Agrário para Cláudio Azevedo, lobista e Chico Gomes, deputado estadual.
A quase certa nomeação de Luis Fernando para a Casa Civil estilo Dilma, deixa João Abreu furibundo e ele desaparece dos meios políticos. O governo começa a fritar, em banha de porco, o secretário de Desenvolvimento Social, Edmilson Santos. Do PT só fica José Antônio Heluy na Secretaria de Trabalho, porque este é da cota da governadora. É imexível. Até Márcio Leite, homem forte de Ricardo Murad, já comunicou a alguns prepostos que só permanece na Secretaria da Saúde se for para receber ordens diretas da governadora. Quer distância de Ricardo.
Por enquanto é só. Depois eu conto mais.
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