sábado, 22 de janeiro de 2011

PT tem batalha interna para definir vice de Sarney no Senado

DEU NO ‘ESTADÃO’
          A reeleição do senador José Sarney (PMDB-AP) para a presidência do Senado está praticamente sacramentada, mas a batalha no PT para a definição do candidato a vice-presidente da Casa deve ser grande. Pelo regimento do Senado, as bancadas preenchem os cargos conforme seu tamanho – se não houver um clima de disputa entre os partidos, como parece ser o caso agora.
Por ser a maior da Legislatura que começa em fevereiro, o PMDB, com 19 senadores, fica com a presidência. O PT, segunda maior bancada (15), optou pela primeira vice-presidência. Mas se os peemedebistas estão definido em torno do atual presidente da Casa, Marta Suplicy (SP) e José Pimentel (CE) disputam na bancada petista o direito de substituir Sarney sempre que necessário. E parece não haver clima para um acordo.
         “Não sinto da parte de nenhum dos dois vontade de abrir mão da disputa”, disse o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), que procurou minimizar a situação, dizendo não acreditar que isso provoque uma crise entre os petistas. “O PT está acostumado a esse tipo de votação e debate interno.”
         Outro senador ouvido pela Reuters, no entanto, tem uma avaliação diferente. “Se a Marta perder haverá crise”, disse esse parlamentar, que pediu para não ser identificado.
Essa eventual crise seria resultado do descontentamento da bancada com a forma como a candidatura de Pimentel foi apresentada. Segundo relato desse senador, o ministro de Ciência e Tecnologia e ex-líder da bancada, Aloizio Mercadante, trabalhou para que Pimentel não tivesse concorrência e fosse aclamado pelos colegas para fazer parte da mesa diretora.
         “Esse foi um prato feito entregue à bancada. E o que houve foi um levante contra o dedaço do Mercadante”, relatou esse senador. Ele disse que havia insatisfação de parte dos senadores petistas contra a liderança do parlamentar paulista.
         Questionado sobre essa rebelião contra a indicação de Mercadante, Costa contemporizou. Segundo ele, a reunião em que foi eleito líder não foram apresentadas reivindicações em relação ao trabalho de seu antecessor.
         “O Aloizio foi líder num período de enfrentamento, em que tinha uma crise pesada no Senado. E também havia uma grande dificuldade na correlação de forças. Essa foi uma característica do mandato recente. Hoje a situação é bem mais confortável”, avaliou o novo líder petista. Marta e Pimentel não estiveram no Senado nos últimos dias e têm trabalhado em busca de apoio por telefone. Costa avalia que os dois têm chances iguais de conquistar a indicação da bancada.

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