quinta-feira, 27 de junho de 2013

EM TUTÓIA, A CÂMARA MUNICIPAL QUE ESTAVA FECHADA PELA MANHÃ, ABRIU SUAS PORTAS À TARDE, E UMA SESSÃO PLENÁRIA RÁPIDA E CORRIDA COM POUCOS ORADORES FOI REALIZADA

FONTE; BLOG DO ELIVALDO RAMOS


A sessão da Câmara de Tutóia hoje foi um fiasco

A sessão desta quarta o som funcionou. Cinco vereadores ausentes: Paulinho, Maria Do Carmo (licença médica), Elias do Chico Elias, Gean e o presidente Alexandre Baquil.
Uma sessão que durou menos de uma hora apenas os vereadores Cristian Noronha, Zé Orlando, Binha e Enilson usaram a fala na plenária. Todos elogiaram a manifestação feita no dia de hoje pela sociedade tutoiense.
O vereador Zé Orlando foi mais enfático “eu recebi as críticas por todos vocês (se referindo aos demais vereadores) quando uma professora disse que nós não trabalhávamos e não cumpríamos nosso horário, pois na semana passada apenas eu estive aqui e não houve sessão” afirmou ele.
O vereador Zé Orlando voltou a cobrar o repasse ao INSS dos descontos dos servidores municipais chegando a afirmar ser crime de apropriação indébita o não repasse e que se na próxima sessão não houver resposta do executivo ou legislativo levará o caso a Promotoria Federal.
Sobre um oficio protocolado pelo presidente do Sindicato dos Servidores Elivaldo Ramos, pra usar a plenária, este não foi ao menos levado a plenária (e olha que já é o segundo). Caracteriza aí um desrespeito a instituição e pessoa do presidente. Mas Elivaldo Ramos afirma que irá protocolar pra próxima sessão e se não for atendido recorrerá ao Ministério Público. 

EM TUTÓIA, MANIFESTAÇÃO PACÍFICA VAI AS RUAS PARA PROTESTAR CONTRA A CORRUPÇÃO E PEDIR MELHORES SERVIÇOS PÚBLICOS

FONTE: INFORMATIVO DO HUMBERTO RUY



O MOVIMENTO ACORDA TUTOIA LEVOU A POPULAÇÃO DESCONTENTE E INSATISFEITA COM A ADMINISTRAÇÃO BAQUIL PARA AS RUAS COBRANDO SEUS DIREITOS E CALOU A BOCA DO GOVERNO!!!

SUCESSO!
A manifestação popular 100% pacífica divulgada somente pela internet e pela rádio Dunas Mar Fm durante 72 hrs conseguiu mobilizar durante a concentração vários habitantes insatisfeitos com a forma de administrar a cidade pelo atual governo municipal.
No decorrer de nossos protestos, mais e mais pessoas aderiram a onda e se juntou a gente. Levantamos as bandeiras do Brasil e de Tutoia por nossa trajetória e conseguimos muito bem transmitir nossas reivindicações com ordem, para toda a população que de suas portas davam seu apoio moral.
Fomos as ruas com nossos cartazes e força de vontade cobrando uma melhor Educação, Saúde, Saneamento básico, a água que a mais de três anos não chega (e olha que por falta de dinheiro não foi), mais educação no transito e várias outros "direitos nossos". No centro da cidade, em frente a paroquia nossos protestantes usaram um carro de som para que todos tivessem sua vez de falar em microfone e cobrar dos representantes políticos da forma que bem intendessem... foi um sucesso; a população com sede de justiça pôs sem medo nenhum "a boca no trombone".
Os jovens alunos que assistiam nossas reivindicações pediram a vez e denunciaram a falta de professores nas escolas, a falta de água nos bebedouros e a falta de alimentação escolar, cobraram por mais educação!
Moradores da cidade cobraram em "alto bom som" uma saúde de qualidade, um hospital com profissionais adequados e capacitados pois já estão cansados de sofrer.
Os jovens cobraram por mais cultura, pois a administração municipal não investe nisso, e é fato pois o arraial esta aí sendo uma negação.
Os professores também cobraram o que era e é deles por direito, "O PAGAMENTO DO BÔNUS" e em alto bom som o presidente do sindicato dos servidores públicos anunciou para o povo que tinha pedido em sessão anterior para falar em plenário na câmara hoje sobre esse dito assunto "FUNDEBI".
Vale lembrar que dos 13 vereadores só dois marcaram presença em frente a câmara dos vereadores para ouvir os manifestantes e receber a ata com as reivindicações, e quê, na sessão de hoje foi protocolado o oficio com a pauta de reivindicações e abaixo assinado. 
E assim foi, rapidamente na praça Getúlio Vargas, o povo foi chegando, apoiando, e pedindo a próxima.
O secretário de comunicação também não pode faltar, claro ele tinha que comunicar quem eram os protestantes para o prefeito e primeira dama, mas não foi o único, outros puxas estavam presentes a manifestação, acompanhando tudo, ficaram impressionados com a quantidade significativa estimada em 600 pessoas em frente a paroquia de Tutoia.

No Grupo do Facebook POLÍTICA EM TUTOIA - Opiniões e debates, os ditos base aliada formadas somente por pessoas contratadas pela a prefeitura e por perfis fakes menosprezaram esse ato pacífico e democrático. Os mesmos já espalharam pela cidade que nosso grupo de manifestantes pacíficos iriam promover um quebra-quebra geral na prefeitura... MENTIRAM E MENTIRAM. 
Não saímos de nossas casas para fazer baderna pois nós não somos o governo! saímos para protestar por nossos direitos.
Voltaremos em breve a repetir com muito mais força o que foi feito hoje. Boa noite e obrigado a todos que se fizeram presentes!







 Manifestantes em frente a prefeitura da cidade!

 Caixão simbolizando a saúde de Tutoia


 Manifestantes protestando sobre a não conclusão do sistema de abastecimento público










AGRADECEMOS A PRESENÇA DA POLICIA CIVIL, MILITAR ESTADUAL E A GUARDA MUNICIPAL QUE FEZ UM ÓTIMO TRABALHO NOS DANDO SEGURANÇA E CONTROLANDO O TRAFEGO DE TRANSITO PARA A MELHOR MOBILIDADE DOS MANIFESTANTES!





População assinando o abaixo assinado


Jovem cobrando por mais saúde

terça-feira, 25 de junho de 2013

VITÓRIA DO POVO BRASILEIRO NAS MANIFESTAÇÕES! CÂMARA FEDERAL REJEITA A PEC 37!

FONTE; G1

Câmara derruba PEC que tentava limitar o poder de investigação do MP

PEC 37 impedia promotores e procuradores de abrir investigações próprias.
Protestos pelo país pediram que Congresso rejeitasse a proposta polêmica.

Nathalia Passarinho e Fabiano CostaDo G1, em Brasília

Deputados no plenário da Câmara durante a sessão de votação da PEC 37 (Foto: Luis Macedo / Agência Câmara)Deputados no plenário da Câmara em sessão de votação da PEC 37 (Foto: Luis Macedo/Agência Câmara)
  A  Câmara dos Deputados derrubou nesta terça-feira (25), por 430 votos a nove (e duas abstenções), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que impedia o Ministério Público de promover investigações criminais por conta própria.
O texto da chamada PEC 37 (entenda) previa competência exclusiva da polícia nessas apurações. Com a decisão da Câmara, a proposta será arquivada.
Pela proposta de alteração na carta constitucional, promotores e procuradores não poderiam mais executar diligências e investigações próprias – apenas solicitar ações no curso do inquérito policial e supervisionar a atuação da polícia. A rejeição da proposta era uma das reivindicações dos protestos de rua que se espalharam em todo o país.
Antes de iniciar a votação nominal, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDBx-RN), fez um apelo para que a proposta que limita o MP fosse derrotada por unanimidade.
“Tenho o dever e a sensibilidade de dizer a esta casa que todo o Brasil está acompanhando a votação desta matéria, nesta noite, no plenário. E por isso tenho o dever e a sensibilidade de declarar, me perdoe a ousadia, que seria um gesto importante, por unanimidade, derrotar essa PEC”, disse.
Tenho o dever e a sensibilidade de declarar, me perdoe a ousadia, que seria um gesto importante, por unanimidade, derrotar essa PEC."
Deputado Henrique Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara
A votação foi acompanhada por procuradores e policiais, que ocupavam cadeiras na galeria do plenário da Câmara. Conduzidos pelo líder do PSDBCarlos Sampaio (SP), promotor de Justiça licenciado, parlamentares tucanos ergueram cartazes no plenário contra a PEC 37. As cartolinas estampavam “Eu sou contra a PEC 37. Porque não devo e não tenho medo da investigação. A quem interessa calar o MP?”, indagava o manifesto.
Ao abrir a sessão extraordinária, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou que era necessário votar a PEC 37, mesmo sem acordo.
“Lamentavelmente chegamos a 95% de acordo. Faltaram 5% para concluirmos um texto. Esta Casa demonstrou sua vontade de estabelecer um perfeito entendimento entre o Ministério Público e os delegados. Mas na hora que não foi possível, isso não poderia ser pretexto para não votar a PEC. Ela não poderia ficar pairando”, disse.
Henrique Alves disse ainda “ter certeza” de que os parlamentares voltariam a proposta pensando no que seria melhor para o país.“ Tenho certeza de que cada parlamentar estará votando de acordo com a sua consciência, para o combate à corrupção, o combate à impunidade”, disse
Em discurso no plenário, o líder do PSOL na Câmara, Ivan Valente (RJ), destacou o papel das manifestações populares na derrubada da PEC 37. “Lá na CCJ da Câmara a maioria dos deputados era a favor da PEC 37. A maioria desse plenário era a favor da PEC 37. [...] Essa PEC vai ser derrubada pelo povo nas ruas”, afirmou.
Todos os partidos orientaram as bancadas para rejeitar a proposta. “A bancada do Democratas vai votar em sua ampla maioria, senão na sua totalidade, para derrotar a PEC 37. Mas aos colegas que votarem favoravelmente a ela, o meu respeito, porque eu respeito qualquer parlamentar no momento da sua decisão e votação”, disse o líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO).
Queremos dar uma resposta à sociedade, uma resposta às ruas. Não queremos que nenhuma criminalidade fique sem investigação."
Deputado Eduardo Cunha (RJ), líder do PMDB na Câmara
Ao defender a rejeição da PEC 37, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), afirmou que o partido quer dar uma reposta às manifestações.
“Ninguém quer acabar com o poder de investigar. Todos nós queremos que todos investiguem. Queremos dar uma resposta à sociedade, uma resposta às ruas. Não queremos que nenhuma criminalidade fique sem investigação”, afirmou.
Autor da PEC lamenta 'rótulo'
O autor da proposta, deputado Lourival Mendes (PTdoB-MA), foi o único a defender o texto no plenário. Ele afirmou que a PEC 37 foi rotulada de forma “indevida” como sinônimo de “impunidade”. 
“Essa PEC tramitou nesta Casa com 207 assinaturas, foi aprovada na CCJ [Comissão de Constituição e Justiça], foi aprovada na comissão especial. Lamentavelmente, num acidente de percurso, a PEC foi rotulada e alcançada por um movimento que nada tem a ver com sua propositura. Não é verdadeiro o rótulo de impunidade da PEC”, afirmou
.

MANIFESTAÇÃO PUPULAR EM TUTOIA DIA 26 DE JUNHO, PARA PROTESTAR CONTRA ACORRUPÇÃO


FONTE: BLOG DO ELIVALDO RAMOS




TERÇA-FEIRA, 25 DE JUNHO DE 2013

Acontecera nesta quarta-feira (26 de junho) a manifestação contra a corrupção em Tutóia. NOTA DE UTILIDADE PÚBLICA

O movimento acorda Tutoia convoca você tutoiense que tem motivos para protestar contra todo tipo de descaso publico a juntar-se a nós em um ato pacifico de manifestação popular.
Concentração na praça São Judas Tadeu, Monte Castelo.
Horário: A partir das 7 da manhã desta quarta-feira, dia 26 de junho.
Traga seu cartaz com sua reivindicação.
Agradece comissão organizadora.

do blog do Humberto Ruy

sexta-feira, 21 de junho de 2013

PRESIDENTA DILMA ANUNCIA PACTO COM GOVERNADORES E ABRE O ESPAÇO PARA O DIÁLOGO COM MANIFESTANTES. VITÓRIA DA DEMOCRACIA!!!


FONTE: G1


Dilma diz que receberá manifestantes e anuncia pacto com governadores

Em pronunciamento na TV, presidente condenou violência nos protestos.
Segundo ela, dinheiro aplicado na Copa é financiamento e será devolvido.

Do G1, em Brasília
A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta sexta-feira (21), durantepronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, que vai elaborar um Plano Nacional de Mobilidade Urbana que privilegie o transporte público. Ela também disse que receberá "líderes das manifestações pacíficas" e que conversará com governadores e prefeitos das principais cidades para elaborar um pacto para a melhoria dos serviços públicos.
O pronunciamento é uma resposta à série de manifestações desta semana em mais de 140 cidades do país. Dilma passou o dia discutindo com ministros e assessores a conveniência de fazer o pronunciamento, gravado no final da tarde (saiba como foi a repercussão no meio político).
“Vou convidar os governadores e os prefeitos das principais cidades do país para um grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos. O foco será: primeiro, a elaboração do Plano Nacional de Mobilidade Urbana, que privilegie o transporte coletivo; segundo, a destinação de 100% dos recursos do petróleo para a educação; terceiro, trazer de imediato milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do SUS".
Asseguro a vocês: vamos manter a ordem."
A presidente afirmou que se reunirá com as lideranças das manifestações e com representates de movimentos sociais.
"Anuncio que vou receber os líderes das manifestações pacíficas, os representantes das organizações de jovens, das entidades sindicais, dos movimentos de trabalhadores, das associações populares. Precisamos de suas contribuições, reflexões e experiências. De sua energia e criatividade, de sua aposta no futuro e de sua capacidade de questionar erros do passado e do presente."
Violência
No pronunciamento, a presidente condenou o vandalismo e as depredações registradas em várias das manifestações e criticou a "minoria violenta e autoritária" que danificou prédios públicos.
"O governo e a sociedade não podem aceitar que uma minoria violenta e autoritária destrua o patrimônio público e privado, ataque templos, incendeie carros, apedreje ônibus e tente levar o caos aos nossos principais centros urbanos", afirmou Dilma.
 
Segundo ela, essa violência "envergonha o Brasil", é resultado da ação de uma "pequena minoria" e não pode "manchar um movimento pacífico e democrático".
Eu quero repetir que o meu governo está ouvindo as vozes democráticas que pedem mudança. Eu quero dizer a vocês que foram, pacificamente, às ruas: eu estou ouvindo vocês! E não vou transigir com a violência e a arruaça."
"Todas as instituições e órgãos de segurança pública devem coibir, dentro dos limites da lei, toda forma de violência e vandalismo", determinou. "Com equilíbrio e serenidade, porém, com firmeza, vamos continuar garantindo o direito e a liberdade de todos."
A presidente reiterou que o governo está ouvindo as "vozes" das ruas, mas não vai transigir com a violencia. "Asseguro a vocês: vamos manter a ordem".
"Eu quero repetir que o meu governo está ouvindo as vozes democráticas que pedem mudança. Eu quero dizer a vocês que foram, pacificamente, às ruas: eu estou ouvindo vocês! E não vou transigir com a violência e a arruaça."
Corrupção
Sobre corrupção, um dos temas mais frequentes nos cartazes de manifestantes nos protestos, a presidente afirmou que o país necessita de "formas mais eficazes" para combater o problema.
"A mensagem direta das ruas é pacífica e democrática. Ela reivindica um combate sistemático à corrupção e ao desvio de recursos públicos. Todos me conhecem. Disso eu não abro mão", declarou.
Ela disse que Lei de Acesso à Informação, que obriga governos e órgãos públicos a fornecer informações solicitadas pelos cidadãos, deve ser expandida.
"A Lei de Acesso à Informação, sancionada no meu governo, deve ser ampliada para todos os poderes da República e instâncias federativas. Ela é um poderoso instrumento do cidadão para fiscalizar o uso correto do dinheiro público. Aliás, a melhor forma de combater a corrupção é com transparência e rigor.
Copa do Mundo
A presidente justificou os gastos com a Copa do Mundo, um dos principais motivos de protesto dos manifestantes, que reivindicavam a aplicação em saúde e educação do dinheiro gasto com a construção de estádios.
"Em relação à Copa, quero esclarecer que o dinheiro do governo federal, gasto com arenas, é fruto de financiamento que será devidamente pago pelas empresas e governo que estão explorando estes estádios. Jamais permitiria que esses recursos saíssem do orçamento público federal, prejudicando setores prioritários como a saúde e a educação", afirmou.
É um equívoco achar que qualquer país possa prescindir de partidos e, sobretudo, do voto popular, base de qualquer processo democrático. Temos de fazer um esforço para que o cidadão tenha mecanismos de controle mais abrangentes sobre os seus representantes."
Reforma política
A presidente classificou de "equívoco" a palavra de ordem dos manifestantes contra a presença de representantes de partidos políticos nas manifestações: "Sem partido". Nesta sexta, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) já havia afirmado que "sem partido, no fundo, é ditadura".
"Quero contribuir para a construção de uma ampla e profunda reforma política, que amplie a participação popular. É um equívoco achar que qualquer país possa prescindir de partidos e, sobretudo, do voto popular, base de qualquer processo democrático. Temos de fazer um esforço para que o cidadão tenha mecanismos de controle mais abrangentes sobre os seus representantes", disse.
Segundo ela, "é a cidadania, e não o poder econômico, quem deve ser ouvido em primeiro lugar".
"Precisamos oxigenar o nosso sistema político. Encontrar mecanismos que tornem nossas instituições mais transparentes, mais resistentes aos malfeitos e acima de tudo mais permeáveis à influência da sociedade", afirmou.
Leia abaixo a íntegra do depoimento da presidente.
Minhas amigas e meus amigos,
Todos nós, brasileiras e brasileiros, estamos acompanhando, com muita atenção, as manifestações que ocorrem no país. Elas mostram a força de nossa democracia e o desejo da juventude de fazer o Brasil avançar.
Se aproveitarmos bem o impulso desta nova energia política, poderemos fazer, melhor e mais rápido, muita coisa que o Brasil ainda não conseguiu realizar por causa de limitações políticas e econômicas. Mas, se deixarmos que a violência nos faça perder o rumo, estaremos não apenas desperdiçando uma grande oportunidade histórica, como também correndo o risco de colocar muita coisa a perder.
Como presidenta, eu tenho a obrigação tanto de ouvir a voz das ruas, como dialogar com todos os segmentos, mas tudo dentro dos primados da lei e da ordem, indispensáveis para a democracia.
O Brasil lutou muito para se tornar um país democrático. E também está lutando muito para se tornar um país mais justo. Não foi fácil chegar onde chegamos, como também não é fácil chegar onde desejam muitos dos que foram às ruas. Só tornaremos isso realidade se fortalecermos a democracia – o poder cidadão e os poderes da República.
Os manifestantes têm o direito e a liberdade de questionar e criticar tudo, de propor e exigir mudanças, de lutar por mais qualidade de vida, de defender com paixão suas ideias e propostas, mas precisam fazer isso de forma pacífica e ordeira.
O governo e a sociedade não podem aceitar que uma minoria violenta e autoritária destrua o patrimônio público e privado, ataque templos, incendeie carros, apedreje ônibus e tente levar o caos aos nossos principais centros urbanos. Essa violência, promovida por uma pequena minoria, não pode manchar um movimento pacífico e democrático. Não podemos conviver com essa violência que envergonha o Brasil. Todas as instituições e os órgãos da Segurança Pública têm o dever de coibir, dentro dos limites da lei, toda forma de violência e vandalismo.
Com equilíbrio e serenidade, porém, com firmeza, vamos continuar garantindo o direito e a liberdade de todos. Asseguro a vocês: vamos manter a ordem.
Brasileiras e brasileiros,
As manifestações dessa semana trouxeram importantes lições: as tarifas baixaram e as pautas dos manifestantes ganharam prioridade nacional. Temos que aproveitar o vigor destas manifestações para produzir mais mudanças, mudanças que beneficiem o conjunto da população brasileira.
A minha geração lutou muito para que a voz das ruas fosse ouvida. Muitos foram perseguidos, torturados e morreram por isso. A voz das ruas precisa ser ouvida e respeitada, e ela não pode ser confundida com o barulho e a truculência de alguns arruaceiros.
Sou a presidenta de todos os brasileiros, dos que se manifestam e dos que não se manifestam. A mensagem direta das ruas é pacífica e democrática.
Ela reivindica um combate sistemático à corrupção e ao desvio de recursos públicos. Todos me conhecem. Disso eu não abro mão.
Esta mensagem exige serviços públicos de mais qualidade. Ela quer escolas de qualidade; ela quer atendimento de saúde de qualidade; ela quer um transporte público melhor e a preço justo; ela quer mais segurança. Ela quer mais. E para dar mais, as instituições e os governos devem mudar.
Irei conversar, nos próximos dias, com os chefes dos outros poderes para somarmos esforços. Vou convidar os governadores e os prefeitos das principais cidades do país para um grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos.
O foco será: primeiro, a elaboração do Plano Nacional de Mobilidade Urbana, que privilegie o transporte coletivo. Segundo, a destinação de cem por cento dos recursos do petróleo para a educação. Terceiro, trazer de imediato milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do Sistema Único de Saúde, o SUS.
Anuncio que vou receber os líderes das manifestações pacíficas, os representantes das organizações de jovens, das entidades sindicais, dos movimentos de trabalhadores, das associações populares. Precisamos de suas contribuições, reflexões e experiências, de sua energia e criatividade, de sua aposta no futuro e de sua capacidade de questionar erros do passado e do presente.
Brasileiras e brasileiros,
Precisamos oxigenar o nosso sistema político. Encontrar mecanismos que tornem nossas instituições mais transparentes, mais resistentes aos malfeitos e, acima de tudo, mais permeáveis à influência da sociedade. É a cidadania, e não o poder econômico, quem deve ser ouvido em primeiro lugar.
Quero contribuir para a construção de uma ampla e profunda reforma política, que amplie a participação popular. É um equívoco achar que qualquer país possa prescindir de partidos e, sobretudo, do voto popular, base de qualquer processo democrático. Temos de fazer um esforço para que o cidadão tenha mecanismos de controle mais abrangentes sobre os seus representantes.
Precisamos muito, mas muito mesmo, de formas mais eficazes de combate à corrupção. A Lei de Acesso à Informação, sancionada no meu governo, deve ser ampliada para todos os poderes da República e instâncias federativas. Ela é um poderoso instrumento do cidadão para fiscalizar o uso correto do dinheiro público. Aliás, a melhor forma de combater a corrupção é com transparência e rigor.
Em relação à Copa, quero esclarecer que o dinheiro do governo federal, gasto com as arenas é fruto de financiamento que será devidamente pago pelas empresas e os governos que estão explorando estes estádios. Jamais permitiria que esses recursos saíssem do orçamento público federal, prejudicando setores prioritários como a Saúde e a Educação.
Na realidade, nós ampliamos bastante os gastos com Saúde e Educação, e vamos ampliar cada vez mais. Confio que o Congresso Nacional aprovará o projeto que apresentei para que todos os royalties do petróleo sejam gastos exclusivamente com a Educação.
Não posso deixar de mencionar um tema muito importante, que tem a ver com a nossa alma e o nosso jeito de ser. O Brasil, único país que participou de todas as Copas, cinco vezes campeão mundial, sempre foi muito bem recebido em toda parte. Precisamos dar aos nossos povos irmãos a mesma acolhida generosa que recebemos deles. Respeito, carinho e alegria, é assim que devemos tratar os nossos hóspedes. O futebol e o esporte são símbolos de paz e convivência pacífica entre os povos. O Brasil merece e vai fazer uma grande Copa.
Minhas amigas e meus amigos,
Eu quero repetir que o meu governo está ouvindo as vozes democráticas que pedem mudança. Eu quero dizer a vocês que foram pacificamente às ruas: eu estou ouvindo vocês! E não vou transigir com a violência e a arruaça.
Será sempre em paz, com liberdade e democracia que vamos continuar construindo juntos este nosso grande país.
Boa noite!

"OS MENINOS ESTÃO DE VOLTA", EDITORIAL DO JORNAL PEQUENO, VALE A PENA LER. LEIA!


Os meninos estão de volta

Editorial JP,  20 de junho

De novo é a juventude que dá início ao que parece ser mais um prolongado processo de mudança no Brasil. Seja, embora, o dinheiro da corrupção e da manipulação incalculável, apenas 20 centavos de um reajuste na tarifa de transportes serviram de estopim para detonar a bomba de efeito retardado que se consumia em fogo lento na mentalidade esparsa da opinião pública brasileira.
Os governantes estavam talvez esquecidos do quanto é brutal pagar três reais por uma tarifa de transportes num país em que o salário mínimo não chega a R$ 600. Destinaram R$ 30 bilhões para a construção superfaturada de arenas de futebol, seguindo o eterno ensinamento do pão e circo – no caso muito mais circo do que pão – de Maquiavel, sem ouvir o que estavam “sussurrando pelas alcovas”, “cantando em versos e trovas” a cada vez que, inutilmente, um cidadão precisava de hospital; a cada vez que um plano de saúde mandava alguém de volta da porta do consultório.
A propaganda de um paraíso em desenvolvimento, conscientemente paramentada pelos efeitos dos programas sociais, confronta-se com a violência diária e ininterrupta dos assaltos que só a miséria consegue proporcionar. A educação privatizada e a saúde privatizada, imediatamente substituíram as tarifas de transportes nas faixas e cartazes que o povo levou para as ruas. E foram os meninos rebelados das redes sociais que deram início a esse monumental protesto que se espalhou pelo país. Do inconsciente dos que mal sabiam o que estavam fazendo, brotou a consciência coletiva que veio dizer um basta à manipulação das massas e à corrupção.
Os mesmos meninos de sempre. Eles, que em outros tempos foram às praças pedir o fim da ditadura militar, que exigiram eleições diretas pintando os rostos de verde e amarelo, estão de volta. Agora para dizer que o dinheiro da corrupção basta para que tenhamos transporte público de qualidade; basta para por fim à visão  grotesca de pacientes gritando nos corredores dos hospitais; basta para vencer o analfabetismo e a pobreza absoluta.
A liberdade os construiu. Com o fim da censura, as notícias de que estão roubando até a merenda escolar das crianças chegam às suas casas pela TV e amanhecem em seus computadores. Eles vêem, ouvem e são tomados da mesma indignação que em outros tempos serviu para mudar o país. São apartidários sim, mas não são apolíticos. Ninguém o é.
 Sabem que ladrão de dinheiro público quase nunca vai preso ou fica muito pouco tempo na prisão no Brasil. E estes abusaram do poder. Transformaram o país na República dos conchavos e das negociatas. E o misto de paz e revolta com que hoje ornamentam a democracia brasileira é um prêmio ao estado de direito corroído por tiranos e corruptos e uma esperança renovadora para o futuro desta Nação.