sábado, 17 de setembro de 2011

Política educacional do governo é equivocada, diz Marcelo Tavares


Entrevistado do Portal da Assembleia na manhã desta quinta-feira (15), o deputado Marcelo Tavares (PSB) reiterou suas críticas à gestão estadual do sistema público de ensino. Segundo ele, o governo adora uma “política pública equivocada” ou mesmo “não possui política pública no setor”, resultando sempre em destaques negativos quando são analisados índices sociais.

A análise de Tavares teve por base o desempenho maranhense no último Exame Nacional de Ensino Médio (Exame), divulgado esta semana pelo Ministério da Educação (MEC), que apontou quatro escolas maranhenses entre as 20 de pior desempenho no país. “Infelizmente isso é resultado de uma política completamente equivocada ou de uma ausência de política pública séria por parte do governo do Estado, que faz com que o Maranhão novamente seja achincalhado na mídia nacional por ter indicadores tão ruins”, reclamou.

Esta é a segunda vez que o parlamentar critica o governo desde a divulgação do resultado do Enem 2010. A primeira aconteceu em pronunciamento realizado na última terça-feira (13), no plenário da Assembleia.

De acordo com Tavares, várias são as razões para este desempenho, entre elas, “falta de investimento na construção de escolas, no transporte escolar, falta de investimento no professor... não há nada de fato sendo feito para que o Estado consiga melhorar seus indicadores”, argumentou.

O deputado tomou como exemplo o caso envolvendo o Colégio Maristas em São Luís, adquirido em 2008 pelo governo estadual para ser transformado em uma unidade de ensino em tempo integral, mas que até o momento não entrou em operação. “As obras iniciadas ainda pelo ex-governador Jackson Lago até hoje não foram concluídas pelo governo. Não há explicação para isso. O Colégio Marista até hoje não teve sua reforma concluída. Ali foi prometido pela governadora uma escola em tempo integral que o prédio não foi concluído, a escola não foi implantada, os alunos não foram selecionados e os professores não foram contratados. E esse retrato do Colégio Maristas ele é repetido infelizmente em quase todos os municípios do Maranhão. Infelizmente não há nada a ser comemorado”.

Um aspecto bastante criticado pelo líder da Oposição é a falta de continuidade de trabalhos na secretaria estadual de Educação (Seduc), verificada em constantes mudanças no comando da pasta em um curto espaço de tempo. “A verdade é que estamos no quarto secretário de Educação neste governo de Roseana Sarney. Desde 2009, este é o quarto secretário na pasta. Não há política séria que sobreviva a isso ou planejamento que supere tantas mudanças num cargo tão importante para a coletividade maranhense”, disse.

Como alternativas a estes problemas, Marcelo Tavares citou experiências bem sucedidas em estados vizinhos como Piauí e Ceará, que poderiam ser replicadas no sistema de ensino maranhense. “No Ceará as escolas de ensino médio oferecerem cursos profissionalizantes. O jovem de lá tem a opção de fazer o ensino acadêmico, o ensino profissionalizante e os alunos do último ano do ensino médio têm uma bolsa paga pelo governo estadual para que ele não vá imediatamente para o mercado de trabalho e conclua seus estudos”, exemplificou. Ainda em solo cearense, o deputado disse que há outra bem sucedida experiência, onde os melhores alunos de suas turmas já saem da escola com vaga garantida em empresas que estão se instalando no Estado.

No Piauí, Tavares disse que os cursos profissionalizantes em informática estão entre os melhores do país e há um grande incentivo para o ensino em regime integral, melhorando a formação e afastando os jovens com maior facilidade de contatos com drogas, por exemplo. “Os outros estados estão se mexendo, nossos vizinhos e nós estamos atrás. É histórico que nos períodos de governo Roseana Sarney, a educação sempre anda para trás”, acrescentou.

O último tema abordado pelo parlamentar na entrevista foi a questão agrária maranhense, principalmente as enormes diferenças entre os grandes produtores e os pequenos. “A questão da política agrária e agrícola no estado é reflexo de um modelo equivocado que o Maranhão adotou de desenvolvimento econômico há muitos anos. Não é responsabilidade só deste governo. Nós podemos falar nisso em décadas atrás. O Maranhão sempre adotou o incentivo aos grandes produtores, todos eles voltados para a exportação. Ou seja, esses empreendimentos absorvem uma área muito grande de terras agriculturáveis, que poderiam ser aproveitadas por nossos agricultores, em produções voltadas exclusivamente à exportação”, finalizou.

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