sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Temer admite que PMDB pode perder comando da Funasa

Folha.com



O vice-presidente da República, Michel Temer, admitiu hoje que seu partido, o PMDB, pode não ficar com o comando da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) durante o governo Dilma Rousseff.

Reportagem publicada na segunda-feira pela Folha revelou que auditorias concluídas nos últimos quatro anos pela CGU (Controladoria-Geral da União) apontaram que a Funasa foi vítima de desvios que podem ultrapassar R$ 500 milhões.

Ela é controlada desde 2005 pelo PMDB, partido de Temer. Tem atuação nas áreas de saneamento básico e saúde indígena e controla um Orçamento anual de R$ 4,7 bilhões.

No começo da semana, Temer havia dito que a reportagem da Folha não ameaça a permanência do PMDB à frente da Funasa. Hoje, ele recuou.

"A liderança do PMDB [na Câmara], o nosso Henrique Alves [RN], esteve conversando com o ministro [da Saúde, Alexandre] Padilha e ajustaram que o nome seria definido mais adiante e em conversa comum. Não é necessariamente do PMDB", disse o vice-presidente, em Porto Alegre.

Temer esteve em Porto Alegre para receber uma medalha da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Depois de almoçar com o governador Tarso Genro (PT), o vice-presidente foi indagado por repórteres e reiterou que o PMDB pode perder o órgão que comandou durante grande parte do governo Lula.

"Necessariamente não será alguém do PMDB, pode até ser do PMDB, se o ministro Padilha também estiver de acordo, mas será fruto da concordância entre o líder do PMDB na Câmara e o ministro", disse.
Temer evitou responder se os petistas estão hoje monopolizando cargos na Saúde e disse que é normal "o quase confronto" por cargos no primeiro mês de um novo governo.

Ele, contudo, ecoou uma reclamação comum entre os peemedebistas no novo governo segundo a qual os "ministérios entregues ao PMDB tenham menor densidade política" em relação às pastas comandadas pelo partido no governo anterior.

O vice disse que seu papel será ajudar a fazer uma "composição muito suave" entre os partidos da base de Dilma no Congresso.

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