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GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
Candidato único à presidência do Senado, José Sarney (PMDB-AP) disse nesta sexta-feira que aceitou o convite da bancada para disputar a reeleição ao comando da Casa depois que o partido não encontrou outro candidato para a função.
Ao reafirmar que vai fazer um "sacrifício" ao disputar a presidência, Sarney disse que o partido fez um "apelo" para concorrer ao cargo "em favor da unidade".
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"Hoje eu já tenho uma certa idade, para mim é uma carga de trabalho muito grande e nós temos que arcar para dirigir uma Casa política e ao mesmo tempo com grandes problemas na área administrativa. Eu disse ao PMDB que podia levar meu nome à bancada, depois de tentar com eles que encontrassem outra solução, buscassem outra solução", afirmou.
Em outubro do ano passado, quando o PMDB decidiu indicá-lo para a presidência do Senado, Sarney negou que fosse sair candidato. O peemedebista afirmou, na época, que já tinha dado sua "cota de sacrifício" nas três gestões em que ocupou a presidência da Casa. Depois, reiterou inúmeras vezes que não sairia candidato --embora o PMDB já negociasse o seu nome nos bastidores com diversos partidos.
"Não quero voltar à presidência. Das outras vezes vocês me levaram a emparedar sobre essa declaração, agora eu não vou cair na mesma", disse em novembro de 2010.
Apesar de contar com o apoio dos governistas e da oposição na disputa, Sarney disse hoje que não pediu a interferência da presidente Dilma Rousseff (PT) em favor do seu nome --mesmo sendo um de seus principais aliados.
"Eu acho que a Constituição aqui determina, é o pacto que todos os cidadãos temos para regular as nossas instituições, ela diz que os poderes são harmônicos e independentes. De maneira que nós não temos que tratar dessas questões internas do Legislativo com o Poder Executivo."
PRIORIDADES
Sarney disse que, se for reeleito, vai trabalhar pela aprovação da reforma política com a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que muda a regra para a eleição de suplentes no Senado.
No modelo em vigor, o senador escolhe seus suplentes aleatoriamente, com a possibilidade de indicar familiares ou financiadores de campanhas. A PEC propõe alternativas como tornar suplentes os candidatos mais votados ao Senado que não foram eleitos.
"Eu acho que isso pode ser feito, há certos abusos que a gente tem que considerar. Eu acho que ela deve ser incluída na reforma política que estamos procurando votar este ano."
O peemedebista afirmou que, se a reforma política não for aprovada no primeiro ano da nova legislatura, dificilmente sairá do papel. "O grande enfoque vai ser a discussão dos problemas importantes que estão esperando uma decisão do Congresso Nacional. O primeiro deles é o problema das enchentes, da segurança nacional e da reforma política. Se não se faz no primeiro ano de cada legislatura, não se faz mais."
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