RODRIGO VIZEU
DE BELO HORIZONTE
DE BELO HORIZONTE
O senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG) tem um estilo conciliador e raramente propenso ao embate, mas já tem à disposição uma tropa de choque que trabalhará para ajudá-lo na missão de tomar o controle do PSDB e viabilizar seu nome para 2014.
O exército começa com um núcleo mineiro, que tem como expoente o presidente do PSDB estadual, Narcio Rodrigues, secretário de Ciência e Tecnologia de Minas.
Com um histórico de rusgas com a ala paulista do partido, Rodrigues ocupa o papel de franco atirador.
Passadas as eleições, quando atacava quem pedisse maior apoio de Aécio para eleger José Serra (PSDB) presidente, Rodrigues agora chama a rixa entre Minas e São Paulo de "passageira".
Mas deixa claro que Aécio "é um líder que está à altura de disputar a Presidência".
Mais diplomático é o deputado federal Rodrigo de Castro (MG), homem de Aécio na Executiva Nacional do PSDB, onde é secretário-geral.
Ele faz a ponte com a cúpula tucana e diz que as mudanças do PSDB devem ser feitas com a "experiência" de Serra e do ex-presidente FHC.
Pouco afeito a holofotes, o governador mineiro Antonio Anastasia (PSDB) terá o papel de ser a vitrine do projeto Aécio até 2014.
Para o ex-governador, é importante que seu sucessor no governo siga a cartilha de administração enxuta.
Na retaguarda do exército, estão duas figuras dos governos Aécio que permanecem com Anastasia: o secretário de Governo, Danilo de Castro, que articula politicamente a base aecista local, e a irmã de Aécio, Andrea, que cuida da assistência social.
A eleição ao Senado e a reeleição de seu pupilo em Minas fizeram Aécio ser considerado o vencedor tucano do pleito de 2010. Isso incomodou o PSDB de São Paulo, que teme perder influência.
Nesta semana, Serra retomou ataques ao PT, numa tentativa de assumir o comando do partido.
ALÉM DAS FRONTEIRAS
O front de Aécio se expande entre tucanos de outros Estados, principalmente onde há mais ressentimento com a chamada hegemonia paulista no PSDB.
Podem ajudar os governadores Marconi Perillo (GO), Simão Jatene (PA) e Teotonio Vilela Filho (AL).
Até o governador paranaense, Beto Richa, historicamente mais próximo de SP, disse achar "natural" a ascensão de Aécio.
O senador eleito angaria apoios ainda entre governistas, como líderes do PP, PSB e PDT, cruciais para futura ampliação de uma chapa de oposição.
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