domingo, 24 de outubro de 2010

Aécio Neves entra de vez na campanha de José Serra


Do jornal pequeno

O senador eleito por Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) percorrerá, nos próximos dias, a maioria dos estados em que a legenda tem candidatos a governador disputando o segundo turno das eleições. Os tucanos escalaram Aécio Neves para reforçar a campanha nos estados em que o partido disputa o segundo turno ao governo.




Depois de iniciar o trabalho de reforço às campanhas da legenda em Goiânia, na quinta-feira, o ex-governador de Minas Gerais deve concentrar-se no Nordeste e no Pará. Ontem, o roteiro incluiu o apoio às campanhas de Sílvio Mendes (PSDB) no Piauí e de Simão Jatene (PSDB) no Pará.



Neste sábado, o senador eleito passa por Maceió para pedir votos ao governador e candidato à reeleição, Teotônio Villela (PSDB), que enfrenta disputa apertada contra Ronaldo Lessa (PDT). “Estou viajando por onde eu posso, além de, claro, estarmos muito mobilizados em Minas Gerais”, garantiu Aécio. Na semana que vem, a previsão inicial da agenda de campanha mostra o senador dedicando a quinta-feira ao interior mineiro. Na quarta, existe a possibilidade de visita a Salvador.



Na quinta-feira passada (21), o ex-governador mineiro iniciou o percurso com a inauguração de um comitê de Marconi Perillo (PSDB) e uma rápida carreata em Goiânia. Aécio defendeu a estratégia atual adotada pelo partido na corrida presidencial - mesmo com os resultados recentes mostrando que a campanha de Serra teve o crescimento interrompido nas últimas semanas.



Aécio foi a Goiânia para levar à frente o planejamento tucano de dividir esforços de aliados de Serra pelo país para tentar virar a eleição a pouco mais de uma semana da votação. Além dele, Geraldo Alckmin, governador eleito de São Paulo, foi escalado para percorrer os estados. O senador eleito chegou à capital goiana por volta das 12h, com o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), e o deputado federal Rodrigo de Castro (PSDB-MG). Com o local abarrotado de militantes tucanos, Aécio, Guerra e Perillo tiveram de fazer discursos improvisados em cima de um carro de som, do lado de fora do comitê.



Os tucanos atacaram os resultados recentes de pesquisas eleitorais que mostraram uma perda de fôlego das campanhas de Serra à Presidência e de Perillo ao governo de Goiás. “O que eu vejo é que os institutos de pesquisa erraram muito. Ninguém deve estar preocupado com as pesquisas, nem em Goiás, nem no Brasil”, alertou Aécio. Depois de um levantamento mostrar empate técnico entre Perillo e Íris Rezende (PMDB-GO), o candidato tucano a governador acusou o adversário de inventar pesquisas para tentar reerguer a militância. “Tem instituto que aprendeu e não consegue desaprender a errar”, disparou.



O senador também aproveitou para criticar a utilização da máquina do governo federal em favor da petista Dilma Rousseff (PT). De acordo com Aécio, a vitória de Serra traria o retorno da confiança na atuação democrática das instituições públicas. “Estamos assistindo à utilização das instituições públicas em torno de uma campanha de uma forma jamais vista. Nunca um presidente desceu tanto do patamar da Presidência para avançar nas eleições nacionais e estaduais”, criticou.



Depois de discursar para a militância, a comitiva tucana fez carreata pelo centro comercial de Goiânia. Debaixo de forte calor, Aécio, Guerra, Perillo e os senadores reeleitos Demostenes Torres (DEM-GO) e Lúcia Vânia (PSDB-GO) percorreram cerca de dois quilômetros em um jipe, seguidos por cabos eleitorais. A reportagem conversou com alguns deles que disseram ganhar R$ 400 mensais para participar de mobilizações a favor do partido. O trajeto de ontem durou meia hora.



O senador eleito também criticou supostas tentativas da campanha petista de criar “intrigas” entre ele e Serra por causa da quebra do sigilo fiscal de tucanos e de parentes do presidenciável do PSDB. Aécio negou ter tido qualquer participação no material e atribuiu aos petistas o levantamento das informações. “O Brasil inteiro sabe onde está o DNA de dossiês, onde vivem e trabalham os aloprados. Serra e eu estamos absolutamente unidos e imunes a essas intrigas, e quem deve explicações por dossiês e quebra de sigilo é o PT”, disse Aécio.

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