O PT de ontem faz greve de fome. O de hoje está com a família Sarney. Qual é o seu?
O Brasil tem um gigante de 1,60 m que, desde a semana passada, definha em praça pública. Ele é negro, camponês e nordestino. Seu nome, Manoel da Conceição Santos. Sua biografia, uma das mais ricas da esquerda brasileira. Mané, como ele gosta de ser chamado, fundou o primeiro sindicato rural do Maranhão, na cidade de Pindaré Mirim. Depois disso, foi perseguido pela ditadura, preso, torturado e mutilado, antes de partir para o exílio na Suíça. Voltou em 1979, um ano antes de fundar o PT, no qual sempre pregou o combate aos latifúndios e às oligarquias. O sertanejo chegou até a publicar um livro, que foi traduzido para o francês. Chama-se “Essa Terra é Nossa”. Mas o PT do velho Mané, 75 anos, não existe mais. Está em greve de fome.
O PT moderno é aquele que, na semana passada, realizou sua convenção, sacramentou a aliança nacional com o PMDB e, em nome do pragmatismo, ou da chamada realpolitik, determinou que seus diretórios regionais se submetessem aos comandos da direção central. No Maranhão, a ordem foi aceitar a coligação com a candidata Roseana Sarney. E o velho Mané, antes de atentar contra a própria vida, encaminhou uma carta ao presidente Lula, “com a ternura, o carinho e o amor de um irmão”, afirmando que não poderia negar sua identidade nem desonrar a memória de seus companheiros, “que foram caçados e exterminados pela oligarquia e pelos detentores do capital no Maranhão”. Ele não obteve resposta. O coronel Lula, que silencia diante da greve de fome de um dos heróis do PT, é o mesmo que, em Cuba, ignorou o protesto de Orlando Zapata, morto durante uma visita presidencial ao ditador Fidel Castro.
O velho Mané deveria saber que a sua terra, na verdade, não lhe pertence. É da família Sarney, dona das rádios, televisões, jornais e de quase tudo no Maranhão. Seu partido também não é mais seu. É dos pragmáticos, dispostos a qualquer sacrifício moral para eleger a candidata Dilma Rousseff, aquela que, na semana passada, indiferente à greve de fome do sindicalista, passeava em Paris e posava de estadista para os comerciais que serão preparados por seus marqueteiros.
O PT de hoje só não despertou para o fato de que precisará dos votos do PT de ontem. Aqueles que, no dia da eleição, terão de escolher: estão com Manoel Conceição ou com os Sarney? Afinal, qual é o seu PT, se é que ainda existe um PT?
O Brasil tem um gigante de 1,60 m que, desde a semana passada, definha em praça pública. Ele é negro, camponês e nordestino. Seu nome, Manoel da Conceição Santos. Sua biografia, uma das mais ricas da esquerda brasileira. Mané, como ele gosta de ser chamado, fundou o primeiro sindicato rural do Maranhão, na cidade de Pindaré Mirim. Depois disso, foi perseguido pela ditadura, preso, torturado e mutilado, antes de partir para o exílio na Suíça. Voltou em 1979, um ano antes de fundar o PT, no qual sempre pregou o combate aos latifúndios e às oligarquias. O sertanejo chegou até a publicar um livro, que foi traduzido para o francês. Chama-se “Essa Terra é Nossa”. Mas o PT do velho Mané, 75 anos, não existe mais. Está em greve de fome.
O PT moderno é aquele que, na semana passada, realizou sua convenção, sacramentou a aliança nacional com o PMDB e, em nome do pragmatismo, ou da chamada realpolitik, determinou que seus diretórios regionais se submetessem aos comandos da direção central. No Maranhão, a ordem foi aceitar a coligação com a candidata Roseana Sarney. E o velho Mané, antes de atentar contra a própria vida, encaminhou uma carta ao presidente Lula, “com a ternura, o carinho e o amor de um irmão”, afirmando que não poderia negar sua identidade nem desonrar a memória de seus companheiros, “que foram caçados e exterminados pela oligarquia e pelos detentores do capital no Maranhão”. Ele não obteve resposta. O coronel Lula, que silencia diante da greve de fome de um dos heróis do PT, é o mesmo que, em Cuba, ignorou o protesto de Orlando Zapata, morto durante uma visita presidencial ao ditador Fidel Castro.
O velho Mané deveria saber que a sua terra, na verdade, não lhe pertence. É da família Sarney, dona das rádios, televisões, jornais e de quase tudo no Maranhão. Seu partido também não é mais seu. É dos pragmáticos, dispostos a qualquer sacrifício moral para eleger a candidata Dilma Rousseff, aquela que, na semana passada, indiferente à greve de fome do sindicalista, passeava em Paris e posava de estadista para os comerciais que serão preparados por seus marqueteiros.
O PT de hoje só não despertou para o fato de que precisará dos votos do PT de ontem. Aqueles que, no dia da eleição, terão de escolher: estão com Manoel Conceição ou com os Sarney? Afinal, qual é o seu PT, se é que ainda existe um PT?
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