Por Flávio Dino
Barra do Corda, localizada na região central do Maranhão, é uma das cidades mais belas e possui uma das histórias mais ricas do nosso estado. Foi fundada há 175 anos; a busca de fontes perenes para abastecimento d'água foi determinante para a escolha do local da povoação por parte dos fundadores, que receberam a missão de implantá-la entre Pastos Bons e Grajaú.
Há cerca de 15 dias estive lá, para uma reunião com lideranças políticas, sindicais e populares. Encantei-me com a cidade e com a excelente recepção que tive. Minha família tem raízes na região, mais precisamente em Grajaú, cidade na qual o desembargador Nicolau Dino, meu avô, casou-se com Maria José Barros e foi juiz por tantos anos, e onde residem centenas de parentes nossos. Naturalmente, dada a proximidade geográfica, pude encontrar em Barra do Corda lembranças dos frequentes contatos que então se mantinham. O mesmo encantamento que tenho quando vejo Grajaú, tive quando entrei em Barra do Corda. Amor à primeira vista. Amor que gera compromissos. Tais compromissos embasam-se nos relatos que ouvi, em depoimentos claros e impactantes.
Assim, ouvi muitas reivindicações. Uma delas bastante instigante: a falta d'água. Ou seja, uma cidade que é cercada por água não consegue atender a um dos direitos mais básicos para que a população tenha qualidade de vida e saúde, repetindo-se um quadro infelizmente bastante comum no nosso Estado. Com efeito, andando nas estradas maranhenses, por milhares e milhares de quilômetros, vejo cenas que estão perfeitamente narradas em livros de séculos pretéritos: mulheres lavando roupas e panelas nos rios, crianças e idosos carregando água para seus lares. Como no povoado Vila Real, cujas lideranças entregaram um documento que retrata os obstáculos para o acesso a esse bem fundamental. Transformei o documento recebido em uma proposição formal, que será encaminhada pela Mesa da Câmara dos Deputados para o Ministério do Desenvolvimento Agrário, com o pleito de solução imediata para tão angustiante problema.
Lá também, na reunião no Sindicato dos Trabalhadores Rurais, recebi um detalhado e bem fundamentado documento requerendo que a UFMA se instale em Barra do Corda. Também com esse propósito, recebi na semana passada uma expressiva comitiva de Barra do Corda em meu gabinete, em Brasília. Na ocasião, além de aprender mais sobre a cidade de tantas qualidades e de um povo generoso e hospitaleiro, outro documento me foi entregue, com mais informações que amparam a reivindicação.
De fato, Barra do Corda merece que a UFMA ali se instale. O município possui uma população de mais de 80 mil habitantes e constitui-se em grande pólo de desenvolvimento da microrregião. Exerce forte influência sobre municípios próximos como Arame, Fernando Falcão, Santa Filomena, Itaipava do Grajaú, Jenipapo dos Vieiras, Tuntum e outros, que juntos têm uma população de 300 mil habitantes.
Na sociedade do conhecimento, não há desenvolvimento econômico sem que, antes, haja um forte investimento em desenvolvimento científico e tecnológico. Daí porque sou militante convicto da causa da expansão da UFMA, da UEMA e do IFMA (ex-CEFET), inclusive com a destinação de recursos financeiros por intermédio de emendas parlamentares ao Orçamento da União.
Por isso, considero que os barra-cordenses têm razão em apresentar tal reivindicação, a qual dou todo o meu apoio. Não é justo que as famílias de Barra do Corda sejam obrigadas a se separar dos seus filhos, ao ter que encaminhá-los para outros centros urbanos para que possam dar continuidade aos estudos, com elevados custos. Também não é justo que milhares de jovens não possam ter acesso a níveis mais elevados de ciência e tecnologia.
Com essas premissas, apresentarei uma emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias e ao Orçamento da União para garantir recursos necessários a fim de que a reivindicação de Barra do Corda seja atendida. Além disso, farei gestões junto aos órgãos federais competentes no sentido de que tal pleito seja efetivamente acolhido, a exemplo da Indicação apresentada por mim ao Ministério da Educação.
Em outro plano, mantive contato com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFMA, antigo Cefet) para verificar quais medidas foram adotadas para a retomada das obras da unidade de ensino naquela cidade. Uma boa notícia aos barra-cordenses é que as obras serão retomadas em breve, segundo me assegurou o Reitor do IFMA, professor Costa, após terem sido sanados problemas administrativos com a empresa anteriormente contratada.
Como disse na entrevista que concedi na TV Jitirana, no programa muito bem apresentado por Elisângela, ainda irei muitas vezes a Barra do Corda. E continuaremos a conversar.
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