terça-feira, 3 de maio de 2011

O Maranhão vive o seu pior momento

Por José Reinaldo Tavares



O Maranhão já mostrou que, tendo governos bons e interessados, cresce rapidamente. Isso já aconteceu entre 2002 e 2008. Antes, principalmente entre meados da década de 90 até início de 2002, nosso estado já havia entrado em crise vertiginosa, quando se empobreceu rapidamente e ocupou os últimos lugares do desenvolvimento nacional.
Nos anos de crescimento, muitos empresários se animaram a vir para cá. A Petrobras, a Susano de Papel e Celulose, a Algar, a Acearia de Ricardo Nascimento, as empresas interessadas no gás da região de Capinzal, a Devon etc. Hoje isso é a única coisa apresentada como prova de que o atual governo está trabalhando. Tudo foi fruto de um momento de liberdade que varreu o estado.
Porém, o que atualmente se impõe no estado é uma das maiores taxas de desemprego do Brasil, dados recentemente divulgados pelo Caged do Ministério do Trabalho, totalmente na contramão do que acontece no resto do país, que cria postos de trabalho.
A realidade dos maranhenses é a crise da educação, com professores paralisados há dois meses pelo recurso extremo da greve, que só existe pela recusa da governadora em dialogar, recusando-se a sequer discutir com os sindicatos. Isto, naturalmente, demonstra todo seu desprezo pelo tema, de extrema relevância e chave para o desenvolvimento do estado.
É realidade também a crise da segurança com a ebulição reinante na Polícia Militar sem aumento desde o meu governo e o completo desmoronamento do sistema prisional do estado, onde a carnificina entre presos impera sem controle; é a paralisação do sistema estadual de Ciência e Tecnologia, com o abandono dos centros tecnológicos implantados no meu governo, acrescido ao desvirtuamento e comprometimento total da Fapema, que hoje só serve de cabide de emprego para apaniguados políticos.
Não bastasse tudo isso, e realidade no Maranhão a saúde em completo caos, especializando-se o governo no fechamento de hospitais que antes funcionavam, a fim de executarem reformas intermináveis e sem sentido, além do escandaloso e inadmissível descaso ao qual está submetido o Aldenora Belo, a quem o estado nada repassa desde novembro de 2010. E o descaso chega até o interior, onde hospitais também são fechados, o que está inviabilizando os Socorrões de São Luís e até o sistema privado de saúde do estado.
A mesma coisa acontece no sistema de transporte, com a interdição do aeroporto, que nunca foi bom, mas funcionava. Os deputados federais e outras autoridades que atenderam o chamamento do deputado Carlos Brandão e que foram ouvir as autoridades do aeroporto e os técnicos das construtoras foram informados de que, se o problema encontrado for localizado apenas no ponto do telhado que cedeu, o conserto levará cinco meses. Porém, se houver outros pontos danificados ou comprometidos, aí o conserto consumirá dois anos.
Enquanto isso, o governo tenta ficar afastado do problema, como se o aeroporto estivesse em outro estado e não aqui, piorando a vida dos maranhenses que cada vez, como acontece em todo o país, viaja mais de avião. Se tivéssemos governo, estes assuntos estariam sendo discutidos dentro do Palácio dos Leões – tal a sua importância – e o tema seria a construção de novo, moderno e mais amplo terminal. Mas Roseana pouco se importa, pois nem o usa...
Mas os problemas não terminam aí, já que sair de São Luís por via terrestre também está se tornando um enorme sacrifício para milhares de pessoas que precisam usar o trecho entre Bacabeira e São Luís. Além do perigo da travessia, vem o desgaste e o prejuízo de enfrentar grandes congestionamentos todos os dias a qualquer hora. Mas Roseana só usa helicópteros…
E a culpa não é do DNIT como pode parecer à primeira vista. A direção nacional deu a prioridade devida e mandou preparar o edital na unidade estadual. Aí é que começou a confusão. No exame do TCU, o edital foi rejeitado, porque havia um sobrepreço de R$ 50 milhões. No edital examinado pelo TCU, o preço orçado foi de R$ 300 milhões, que o mesmo órgão já mandou baixar para R$ 250 milhões. Mas não fica nisso, pois no fornecimento de alguns materiais, que aqui são controlados por muito poucos e influentes governistas, o tribunal acredita que podem ser economizados mais R$ 50 milhões. Ou seja, dos R$ 300 milhões iniciais, o TCU avalia que a obra pode ser feita por R$ 200 milhões!!!
Estão vendo por que o Maranhão está encolhendo? Isso explica porque atualmente nada pode ser feito aqui. Tudo é inexplicavelmente mais caro.
Ou o Maranhão se liberta disso tudo ou vai ficar assistindo estados mais pobres e com menos potencial do que o nosso, mas menos “dominados” nos deixarem para trás. Aqui tudo pode acontecer, menos, é claro, a defesa dos interesses legítimos da população. E o governo finge por meio de propagandas, mas não escapa de ser apenas um ente amorfo e ausente. Até quando?

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