quarta-feira, 18 de maio de 2011

Mais cinco ministros têm consultorias como a de Palocci, diz jornal

UOL



Mais cinco ministros da presidente Dilma Rousseff possuem empresas de consultoria como a que o titular da Casa Civil, Antonio Palocci, manteve até o fim do ano passado e o ajudou a multiplicar seu patrimônio em mais de 20 vezes. De acordo com a edição desta terça-feira (18) do jornal O Estado de S. Paulo, José Eduardo Cardozo (Justiça), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Comércio e Indústria), Fernando Bezerra (Integração Nacional), Wellington Moreira Franco (Assuntos Estratégicos) e Leônidas Cristino (Portos) não fizeram a mudança necessária na atividade da companhia antes de tomarem posse.

O jornal afirma que dados da Receita Federal indicam que as empresas em nome dos cinco ministros estão ativas na área de consultoria. Depois da revelação do jornal Folha de S. Paulo de que ele comprou imóveis no valor de mais de R$ 7 milhões entre 2006 e 2010 - período em que Palocci foi deputado federal, a Comissão de Ética Pública declarou que não investigaria o ministro-chefe da Casa Civil porque o assunto se relaciona com sua vida fora do Palácio do Planalto. Antes de se tornar o homem mais poderoso do governo Dilma, ele mudou a atividade de sua consultoria para administradora de imóveis.

Antigo amigo de Dilma, Pimentel tem 99% da P21-Consultoria e Projetos Ltda., de acordo com o jornal. Cardozo, um dos principais assessores da presidente durante a campanha que a elegeu, tem 50% da Martins Cardozo Consultores S/S Ltda. O secretário de Portos, Leônidas Cristino, é sócio da Ejos Construções e Consultoria. O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, possui a Manoa Empreendimentos e Serviços Ltda. Por sua vez, Wellington Moreira Franco, secretário de Assuntos Estratégicos, é dono da Aptus Consultoria e Participações.

Explicação e oposição

Na terça-feira (17), a Casa Civil enviou e-mails a senadores para explicar o vertiginoso aumento do patrimônio de Palocci. O ministro se comparou a ex-membros da administração pública, como os ex-presidentes do Banco Central e BNDES Pérsio Arida e André Lara Resende, diretores de instituições financeiras, como o ex-ministro Pedro Malan, ou consultores de prestígio como o ex-ministro Maílson da Nóbrega.

"Não há nenhuma vedação que parlamentares exerçam atividade empresarial, como atesta a grande presença de advogados, pecuaristas e industriais no Congresso. Levantamento recente mostrou que 273 deputados federais e senadores da atual legislatura são sócios de estabelecimentos comercial, industrial, de prestação de serviços ou atividade rural", diz a nota da pasta que articula os demais ministérios e que catapultou Dilma para a Presidência.

Partidos de oposição pediram investigações. Também na quarta-feira, o PSDB foi ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), ligado ao Ministério da Fazenda, para pedir explicações. O líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA), pediu que Palocci seja ouvido no Conselho de Ética da Casa. Já o PPS foi à Procuradoria-Geral da República para solicitar um inquérito sobre o avanço do patrimônio do ministro-chefe da Casa Civil.

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