sábado, 17 de abril de 2010

Ato na Assembleia Legislativa oxigena oposição

Aos trancos e barrancos, mas saiu! O ato realizado nesta manhã no auditório Fernando Falcão, na Assembleia Legislativa, em memória ao primeiro ano do golpe judiciário que derrubou o governador Jackson Lago foi um sucesso de público e um festival de bons discursos. Aliás, a depender das intervenções dos oradores presentes não tem Duda Mendonça que faça Roseana Sarney ganhar as eleições de outubro para o governo do estado.

Não obstante a lamentável ausência de figuras de peso do campo das oposições, e de balaios históricos que foram atores fundamentais na resistência durante todo o processo que resultou na cassação do governo da Frente de Libertação, o ato foi um momento de reflexão da maior qualidade e serviu também para demonstrar o porquê de Jackson Lago ainda ser uma das figuras mais emblemáticas das oposições maranhenses.

  
Público gritando palavras de ordem
A totalidade dos discursos apontou para a necessidade de entendimentos que assegurem a vitória do candidato da oposição. A postura de todos que tiveram direito a voz foi de respeito e maturidade em relação aos aliados.

Sem querer desmerecer nenhum discurso, todos muito lúcidos e equilibrados, diga-se de passagem, não tem como fazer um destaque para as palavras proferidas por Marcelo Tavares, José Reinaldo e, lógico, Jackson Lago.

O presidente da Assembleia Legislativa centrou o seu discurso em cima das denúncias que o líder da oposição Edivaldo Holanda vem fazendo constantemente da tribuna do parlamento maranhense, entre eles: a contratação de serviços de emissão de apólice de seguro de vida, para servidores públicos estaduais; caos na área da saúde; o descaso com a segurança pública, etc.

 Dep. Marcelo Tavares: "unidade das oposições"

O grande momento do discurso de Marcelo, no entanto, foi quando conclamou todas as lideranças dos partidos da oposição a somarem forças na mesma trincheira contra o grupo Sarney, citando o nome de cada dessas lideranças.

Já o ex-governador José Reinaldo, por sua vez, destacou as “mentiras” propaladas pelo atual governo e ironizou a contratação do marqueteiro Duda Mendonça para fazer a campanha de Roseana Sarney.

“Fui informado que quando contratam o marqueteiro Duda Mendonça é porque o contratante deseja que ele faça milagres”, disse Tavares.

José Reinaldo afirmou ainda que não está difícil derrotar a governadora Roseana Sarney, pois no auge dos seus 78% em 2006, acabou o primeiro turno daquela eleição com apenas 47% dos votos, sendo derrotada pela Frente de Libertação no segundo tempo das eleições por Jackson Lago.

José Reinaldo: "Não é difícil derrotar Roseana"
Contudo, o grande momento do ato, sem dívida alguma, ficou por conta da participação do governador deposto Jackson Lago, que personifica a questão do golpe judiciário ocorrido há um ano.

Ovacionado pelas mais de 500 pessoas que lotaram o auditório Fernando Falcão, Jackson Lago leu o seu discurso que foi atentamente ouvido por todos, sendo em alguns momentos interrompido pelos aplausos do público.

Vista geral do auditório Fernando Falcão lotado
“Estamos hoje, aqui reunidos, para um ato de celebração. Não para celebrarmos uma data, que entrará para a história pela sua infâmia. Mas para exaltar a perseverança de nossa união em torno dos caminhos retos e justos da democracia e da legitimidade do voto popular”, assim Jackson Lago iniciou o seu discurso. Leia a íntegra do discurso.

O fato é que o ato de hoje, no que pese os seus percalços de organização e mobilização, acabou servindo para duas coisas: (i) que só há uma receita para a vitória final: a unidade; e (ii) que o golpe judiciário de um anos atrás não só colocou Jackson Lago na condição de um candidato natural nestas eleições, como também o transformou num mito vivo da política maranhense.
 
Jackson Lago: mito vivo da política maranhense

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