Nas minhas andanças pelo Maranhão, tenho sentido que há um clima de irredentismo em relação à forma pela qual fui retirado do governo do Estado.
Por todas as regiões pelas quais eu ando, ouço a informação de que meus adversários erraram quando me retiraram do governo, pois se quisessem me derrotar deveriam aguardar o fim da minha administração e. aí, então, disputariam comigo o comando do Estado.
Todos nós sabemos que eles não quiseram esperar o fim do meu governo. Recorreram ao “tapetão” e me depuseram pela forma espúria que todos nós conhecemos.
Ontem, participei da Pré-Convenção dos partidos que desejam formar uma coligação em torno de mim para reconquistar o governo do Estado. Ali, pude sentir que o sentimento de perda, de esbulho, está presente em todos quantos estiveram naquele ato público.
Mais que isso: o sentimento ali vigente era o de recobrar o comando do Estado e de retomar o fio da História, fazendo o Maranhão voltar ao período de desenvolvimento econômico e social que propiciamos durante o curto tempo em que estivemos no governo do Maranhão.
Os homens, mulheres e jovens ali presentes mostravam com sua mobilização que, não somente queriam a continuidade do momento novo que meu governo propiciou, como estavam dispostos a mobilizar multidões em tono de si para que o Maranhão recobrasse o caminho da democracia e da liberdade.
O slogan vigente naquela reunião foi um só: o povo é maior, significando que o voto de quatro ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), por maior peso que tenha e por mais qualificado que seja não pode suplantar a vontade de 1,4 milhões de maranhenses que, de livre e espontânea vontade, manifestaram seu anseio de ver o Maranhão livre, democrático e desenvolvimentista.
A Pré-Convenção de ontem reuniu dirigentes e lideranças do PSDB, do PPS, do PTC e do PDT, além de militantes sociais sem vinculação partidária e membros de partidos do campo democrático que ainda não definiram quanto ao caminho a seguir,
Foi um momento importante, que mostrou que as pressões, as perseguições, a chantagem e o arbítrio implantados após minha deposição podem acovardar uns poucos, mas que a imensa maioria sonha em ver um Maranhão de justiça e de desenvolvimento econômico e social.
O povo é maior e isso foi entendido por importantes lideranças partidárias, populares, sindicais, comunitárias e sindicais, que deram o colorido à Pré-Convenção de ontem.
Minha pré-candidatura que nasceu frágil pela falta de apoios em outras agremiações partidárias, hoje se consolidou com a junção de outras legendas que entenderam o momento de definições por que passa não só o Maranhão como o Brasil como um todo.
Nossos adversários, enquanto isto, patinam nas indefinições e só devem sair delas às vésperas do período eleitoral propriamente dito, pois o que os une não é um projeto político, mas a tentativa de se manter ou de conquistar o poder a qualquer custo.
A Pré-Convenção de ontem, com a participação massiva de lideranças de todo o Estado, é um marco na caminhada do povo maranhense em busca de sua libertação social, econômica e política. E é, também, a conquista de um novo patamar na luta do povo maranhense em busca dum futuro de democracia, de liberdade e de justiça social.
* Artigo do ex-governador Jackson Lago publicado na edição deste sábado (29) do Jornal Pequeno
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