Por Joãozinho Ribeiro
Na semana que passou, precisamente nos dias 04 e 05 de maio, estive em Porto Alegre-RS, integrando uma equipe do Ministério da Cultura para participar de dois importantes eventos. O primeiro aconteceu no auditório da Assembléia Legislativa, convocado pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, com a finalidade de submeter ao debate público o Projeto de Lei 6.722/2010, que dispõe sobre alterações na Lei Rouanet.
O segundo evento ocorreu nas dependências da Representação Regional do próprio MinC no Rio Grande do Sul, onde reunimos com prefeitos e dirigentes culturais de vários municípios, incluindo três consórcios públicos, para firmar acordos de cooperação federativa, visando a pactuação de ações no âmbito do Programa Mais Cultura.
Fora do expediente, encontrei com vários companheiros do PT gaúcho, todos preocupados com a situação no Maranhão e em outras partes do Brasil, onde o PMDB procura por todos os meios submeter a agremiação às suas conveniências eleitoreiras; ora impondo seus candidatos reacionários, ora propondo as coligações mais esdrúxulas, com o claro objetivo de obter o isolamento político do Partido dos Trabalhadores.
O caso do Rio Grande do Sul é emblemático, pois nesta mesma semana o pré-candidato do PSDB, José Serra, foi recebido pelos dirigentes do PMDB daquele estado, em visita de campanha, com claros sinais de que esta será a opção do partido nas eleições presidenciais de 2010.
A edição do jornal Correio Brasilienze deste último sábado (08/05), na coluna do jornalista Luiz Carlos Azevedo, destaca:
"Mais uma coligação complicada do PMDB no Nordeste. A legenda apoiará a candidatura da Senadora Rosalba Ciarlino, do DEM, para o Governo do Rio Grande do Norte, com o líder do democratas no Senado, José Agripino Maia, e o ex-presidente da Casa, Garibaldi Alves Filho concorrendo à reeleição, todos no palanque do tucano José Serra. O líder do PMDB na Câmara Henrique Eduardo Alves, que pretende renovar o mandato, apóia Dilma".
Na Bahia e em Pernambuco a situação é de guerra declarada, onde os caciques Gedel Vieira e Jarbas Vasconcelos, ambos do PMDB, preferem costurar alianças com os setores mais atrasados da política nordestina do que qualquer possibilidade de apoio às candidaturas dos atuais Governadores Jaques Vagner (PT/BA) e Eduardo Campos (PSB/PE), da base aliada do Governo Lula e defensores da candidatura da Dilma Rousseff. Este cenário está posto em várias outras unidades da federação, como é o caso dos estados de Santa Catarina, Paraná, Pará, Minas Gerais e Mato Grasso do Sul.
No Maranhão, o Encontro de Tática Eleitoral do PT, realizado em 26 e 27 de março, que optou por um caminho diferente, está servindo hoje de exemplo para todo o Brasil. Através de um disputado e dolorido processo democrático, o partido se definiu por uma aliança com o PSB e com o PC do B, consagrando o nome do deputado federal Flávio Dino (PC do B) como seu candidato ao Governo, nas eleições majoritárias deste ano.
Decisão esta que evitou que a nossa histórica legenda fosse negociada com a coligação DEM/PMDB, propiciando seu extermínio político e o suicídio eleitoral dos seus dirigentes e candidatos. Nem mesmo a direção nacional teve coragem de intervir para alterar o resultado, respeitando, por conseguinte, as deliberações do referido Encontro.
O que está ocorrendo em todo o país, em relação à sanha eleitoral do PMDB, deve servir de exemplo para que nenhum dirigente do PT do Maranhão se atreva a tentar ou intentar ações golpistas contra o resultado vitorioso apresentado pelo Encontro de Tática Eleitoral do PT.
A candidatura do deputado federal Flávio Dino ao Governo do Maranhão é a única que a militância e o conjunto do Partido, incluindo a sua Direção Nacional, reconhecem como legítima para disputar as eleições de 2010 para o Palácio dos Leões. Quem estiver pensando diferente não terá espaço para perpetrar manobras de última hora, ou então deverá arcar com o peso das (in) conseqüências dos seus atos.
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