Não há como falar em democracia sem liberdade de imprensa, liberdade de expressão, sem jornalismo plural. Na atualidade, o jornalismo está entre um dos mais importantes campos sociais. Resumidamente, podemos vê-lo como mediador entre a realidade e o público e, por esta razão, exerce grande influência na sociedade. Reconheço, respeito e admiro os profissionais do jornalismo pela grandiosa missão que cumprem diariamente de informar, de mediar, de tornar públicos temas diversos, de trazê-los ao debate. Mantenho com esses profissionais uma permanente relação de colaboração, até mesmo por exercer uma função pública, que me coloca no dever de prestar contas, por meio da imprensa, das atividades que desenvolvo.
Diante desse reconhecimento e dessa atitude de colaboração que tenho com jornalistas de diversos estados e, particularmente do Maranhão, é que senti profundamente a perda de três profissionais da imprensa em uma mesma semana, enlutando essa atividade em meu estado. Refiro-me aos jornalistas Jurivê Macedo, Walter Rodrigues e Telma Borges. Acompanhava, admirava os seus trabalhos e mantinha com todos os três uma relação de amizade e respeito.
Senti muito pelo falecimento dos profissionais, o que me levou a ocupar a tribuna na Câmara, na última semana, para lamentar aqueles tristes dias para a imprensa maranhense, para seus familiares e amigos.
Jurivê Macedo, o mais velho dos três, era o decano do jornalismo político maranhense, com atuação destacada na região tocantina e no sul do estado. Foi fundador do jornal O Progresso, o primeiro jornal de Imperatriz, onde ficou até 1984, quando foi contratado pelo jornal O Estado do Maranhão, no qual escrevia a coluna “Comentando os Fatos”. Jurivê integrou, também, a Academia Imperatrizense de Letras, tendo sido colega e amigo do meu pai. Era um jornalista de grande prestígio e foi também um militante das lides jurídicas. No ano passado, quando estive em Imperatriz apresentando a minha pré-candidatura ao Governo do Estado, fiz questão de visitar Jurivê, pedindo seus conselhos e opiniões sobre o quadro político maranhense.
Walter Rodrigues era um antigo amigo com o qual trocava muitas ideias sobre o nosso estado. Embora nascido no Pará, conhecia profundamente as coisas do Maranhão, especialmente o mundo político. Era dono de um texto primoroso, recheado de frases bem-humoradas. Teve uma atuação destacada na luta pelos Direitos Humanos, levando o meu partido, o PCdoB , em 2008, a homenageá-lo com o Prêmio José Augusto Mochel, exatamente por sua notável atuação acerca daquele tema e de denúncias de casos de corrupção. Walter foi um grande jornalista e deixou um legado para esta e para futuras gerações de profissionais.
Outra grande perda foi a morte precoce da jornalista Telma Borges, casada com o também jornalista Jorge Vieira. Conheci Telma por intermédio de sua irmã Arlete Borges, atualmente professora universitária, quando militávamos no movimento estudantil da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Foi para Telma, na época repórter de O Imparcial, que concedi a minha primeira entrevista nos anos 80, como líder estudantil. Era uma profissional de grande sensibilidade para os temas sociais e dona de um texto irretocável. Desejo que Deus dê a Arlete, uma grande amiga, ao Jorge e suas filhas Isadora e Natália o conforto necessário para superar essa perda.
Na última segunda-feira, quando estive na sede do PT, em uma entrevista coletiva para apresentação dos companheiros que comporão a nossa chapa majoritária nas próximas eleições, fiz questão de saudar os jornalistas presentes com uma homenagem a Jurivê, Telma e Walter – que agora reitero.
Finalizo, solidarizando-me com as famílias desses três profissionais, pessoas de grande qualidade e que muito contribuíram com o debate de idéias e com o desenvolvimento do nosso estado.
Jurivê Macedo, Walter Rodrigues e Telma Borges se foram, é verdade, mas as suas atuações profissionais ficarão sempre presentes na nossa vida política.
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