quarta-feira, 5 de maio de 2010

Chega de Intermediários!

O marqueteiro Duda Mendonça, que, segundo a revista Veja, foi contratado por Roseana por R$ 12 milhões, deu uma entrevista na semana passada para a Folha de São Paulo, em que recomendava que não tentassem mudar a personalidade de Dilma Rousseff durante a campanha e que deveriam apresentá-la como ela realmente é e deixassem o eleitor decidir se gosta ou não. Insistiu muito que é um grande erro tentar mudar o seu comportamento, digamos, mais direto, por outro mais suave e risonho.

Engraçado isso do marqueteiro de Roseana, pois aqui, na primeira vez que trabalhou para ela, tentou mudá-la totalmente e transformá-la em uma coisa que nunca foi. Roseana Sarney é uma personalidade muito conhecida e quase sempre marcada pela arrogância e requintes de suserania os quais dispensa a todos os que chegam mais perto. Ela não é a Roseana “paz e amor” que o marqueteiro apresentou em seu trabalho de estréia e que foi motivo de diversão para muita gente.


Será que o que é bom para Dilma não é para Roseana? Será que Roseana ao natural é tão ruim assim junto aos eleitores?

No passado, o embaixador dos Estados Unidos no Brasil era o embaixador Lincoln Gordon, homem muito influente que aconselhava presidentes brasileiros a agir de acordo com os interesses americanos no Brasil e na América do Sul. A oposição então produziu uma frase ótima “Chega de intermediários: Lincoln Gordon para presidente do Brasil”.

Esse não será o caso do Maranhão atual? O estado hoje tem um governo horroroso e atrapalhado que não consegue iniciar o ano letivo, causando prejuízos para milhares de famílias. Um governo que reduziu a oferta de saúde do Maranhão a níveis nunca vistos de dificuldades para a população que precisa desses serviços que deveriam ser fornecidos pelo estado. Um governo que deixa os agricultores rurais sem nenhuma ajuda para plantar e colher sua lavoura. Um governo que, em termos de segurança pública, conseguiu a proeza de apresentar uma greve da Polícia Civil por falta de segurança e de condições de trabalho e que passa o seu tempo endividando o estado e em busca de empréstimos que ninguém sabe onde serão aplicados os recursos.

Enfim, com a rejeição enorme e crescente de Roseana, por que então não evitarmos os intermediários e irmos direto ao ponto? Por que não: “chega de intermediários: Duda Mendonça para governador do Maranhão”? Talvez fosse chapa mais leve... Afinal, o marqueteiro é muito simpático.

Pois bem, a esperança é que tem sido impressionante a passagem de Flávio Dino e da oposição por vários municípios do interior. O desejo de ouvi-lo tem juntado muita gente em salas lotadas. O desejo de mudança está muito forte na população que está cansada da política antiga, praticada aqui pela família Sarney, e que não trouxe nenhum resultado. Afinal são mais de quarenta em que o Maranhão só faz perder espaços, econômicos e sociais, entre os outros estados, inclusive do Nordeste. Naqueles anos, nosso estado só andou para trás, dissociando-se completamente dos reais interesses da população desprovida de água encanada, esgoto, serviços de saúde, de escolas de qualidade, de segurança pública, de oportunidades de emprego etc.
Assim, a exigência de mudanças tornou-se imperiosa. E a isto tudo somam-se as terríveis notícias que pululam quase diariamente e abalam o estado com os escândalos que envolvem os Sarneys. Sim, quase todos os dias os maranhenses tomam conhecimento de um fato novo e degradante relacionado a atuação de membros da famigerada família. Hoje o Maranhão, por causa disso tudo, é citado como (mau) exemplo em casos de pobreza, exclusão social, e é apontado como referência ruim para qualquer comparação. E para agravar tudo, o que aconteceu em 2009 com o golpe judiciário praticado em salas de tribunais, agrediu a democracia, fazendo o povo maranhense sentir-se igualmente agredido. Há uma revolta latente em todo o estado.

Hoje, mesmo no governo e com as ameaças de uma campanha violenta e de um vale tudo na campanha, a situação de Roseana é pior que em 2006. Em junho de 2006, as pesquisas da época mostravam Roseana com 70% de intenções de voto, enquanto Jackson Lago tinha 22% e Edson Vidigal tinha 3%. A soma da intenção de votos na oposição era de 25%, enquanto Roseana tinha 70%. Era quase impossível, mas aconteceu durante a campanha uma grande virada e Roseana caiu sempre durante esse período e teve 48,5% na eleição do primeiro turno e a oposição 51,5%, o que levou a eleição para o segundo turno, que mais tarde perdeu.

Desta vez, ela não consegue passar de 45% embora já tenha trazido o Lula três vezes e a Dilma duas, além do anuncio de refinarias etc. E nada disso adiantou. A maioria decidiu não apoiá-la e hoje, agora, já haveria o segundo turno. Roseana já anuncia a quarta vinda do presidente em maio e ele consegue tudo, menos diminuir a rejeição associada à imagem de Roseana Sarney.

O que vai acontecer quando a campanha começar e quando tiver início o programa eleitoral na televisão? O mesmo que aconteceu em 2006: ela será a única a cair nas pesquisas, enquanto os seus adversários irão crescer.

A obstinada cooptação dos prefeitos para apoiá-la não adiantou até agora e é por isso que ela apela para Duda Mendonça, já que pouca coisa poderá fazer para baixar a imensa rejeição da família. E chegaram ao ponto de não deixar o senador Sarney, seu pai, participar de nenhum ato público consigo. Ele só aparece perto dela junto com Lula. Sem o presidente, nada feito.

E a badalada intervenção no PT? Será que terão coragem de afrontar a opinião pública nacional, mudando o que foi decidido em convenção convocada com esse fim para dar o partido a família Sarney? Com todos os escândalos que estão nas manchetes dos jornais quase diariamente?
É difícil de acreditar...

E o pior poderá vir, como foi publicado na coluna Painel, da Folha: A executiva nacional do DEM está dividida quanto ao apoio a Roseana Sarney do PMDB do Maranhão. Enquanto lutam para mudar, também no “tapetão”, a decisão do PT, esqueceram o DEM e agora podem ficar sem PT ( já decidido) e sem o DEM.

Nem Duda dá jeito nisso...

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