Líder e vice da bancada de Oposição na Assembleia Legislativa, os deputados Marcelo Tavares (PSB) e
Rubens Pereira Júnior (PCdoB) ocuparam a tribuna para criticar a pretensão do governo do Estado em contrair novo empréstimo junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), desta feita na ordem de R$ 2,3 bilhões. O principal argumento dos parlamentares é que a operação afetará ainda mais a capacidade de endividamento e comprometerá as próximas gerações de maranhenses.
Segundo Rubens Pereira, hoje o Maranhão já possui uma dívida de R$ 5 bilhões relacionados a empréstimos. Destes, quase R$ 1 bilhão foi contraído desde 2009, quando a governadora Roseana Sarney foi empossada. “Desde aquele fatídico 17 de abril, o governo já obteve R$ 900 milhões em empréstimos e nós deputados estaduais, representantes do povo não conhecemos a aplicação desses recursos. Aliás, eu até digo parte desses recursos foram destinados para os convênios eleitoreiros que certamente será apurado, serão apurados pelo Tribunal Superior Eleitoral”, disse.
O deputado argumenta que mesmo com o aporte financeiro deste tamanho, os benefícios não aconteceram. “O tão famoso desenvolvimento a partir dos R$ 900 milhões não veio. O Maranhão continua amargando posições desastrosas, educação, a saúde, geração de emprego e renda, índices de criminalidade, mas o lema do governo é pegar emprestado, é pegar emprestado, é pegar emprestado. Novecentos milhões jogados no lixo e agora o governo apresenta uma proposta de um pedido de empréstimo de R$ 2,3 bilhões”, reclamou.
A preocupação do parlamentar se reflete principalmente após consultar dados financeiros do Estado. Somente no ano passado, o Maranhão teria pago R$ 666 milhões em juros de empréstimos: “Há tempos foi extrapolado o limite aceitável de nossa capacidade de endividamento. As gerações dos próximos 20, 30 anos já estão comprometidas e desde já antecipo que nós não aceitaremos esse novo e vergonhoso empréstimo.”
As críticas de Rubens Júnior foram ratificadas pela liderança do bloco. Marcelo Tavares também argumentou sobre a finalidade deste empréstimo e dos anteriores e, em tom crítico, sugeriu que esta nova operação financeira seja feita pessoalmente pela governadora, sem comprometer a administração estadual. “Se ela [governadora] gosta tanto de empréstimos, porque não faz através de suas empresas? Talvez assim ela pague. O que não pode é comprometer o futuro dos maranhenses”, disse Tavares.
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