Do jornal pequeno
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega ao fim de seu segundo mandato com uma aprovação popular recorde: 83% consideram seu governo bom ou ótimo, conforme pesquisa divulgada ontem pelo instituto Datafolha. Para 13% dos brasileiros, o governo Lula foi regular. Só 4% acham que a gestão do petista foi ruim ou péssima. A pesquisa foi feita entre os dias 17 e 19 do mês passado, com 11.281 entrevistados e margem de erro de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos.
Os dois antecessores eleitos de Lula saíram do cargo com aprovação muito menor. Fernando Collor deixou o cargo em função de um processo de impeachment, em 1992. Tinha só 9% de aprovação. Fernando Henrique Cardoso encerrou o seu segundo mandato em 2002. Sua aprovação era de 26%. Itamar Franco, que era vice de Collor e só chegou ao cargo por causa da queda do então presidente, terminou seu governo (1992-1994) com 41% de aprovação popular conforme dados do Datafolha.
Na pesquisa que avaliou o governo Lula, 84% dos entrevistados dizem que o país está melhor depois de oito anos de governo do petista. Conforme a sondagem, o presidente é aprovado por 84% dos pobres, enquanto 67% dos ricos consideram seu governo bom ou ótimo. No Nordeste, sua gestão é considerada boa ou ótima por 88% das pessoas. No Sul, o índice cai para 77%. Na avaliação popular, o pior ponto do governo Lula é a área da saúde pública (para 23%); o melhor, combate à miséria (para 19%).
Lula diz que pode se candidatar novamente à Presidência
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista a uma TV exibida na madrugada desta segunda-feira que poderá se candidatar novamente ao cargo, uma declaração que pode enfraquecer sua sucessora eleita, Dilma Rousseff.
Lula deixará o cargo em 1o de janeiro com um índice de aprovação superior a 80 por cento. Pela Constituição, ele não pôde disputar um terceiro mandato, por isso indicou sua ex-ministra Dilma.
Questionado numa entrevista à RedeTV sobre sua intenção de voltar futuramente ao cargo, Lula respondeu: "Não posso dizer que não porque sou vivo. Sou presidente de honra de um partido, sou um político nato, construí uma relação política extraordinária", disse.
Lula, de 65 anos, nunca negou totalmente a hipótese de voltar à Presidência, mas essa foi a declaração mais explícita até agora de que poderá disputar novamente o cargo.
A admissão de Lula sobre um eventual retorno pode dificultar para Dilma firmar sua imagem independentemente do presidente, que teve grande influência na eleição da sucessora.
Aparentemente ciente da repercussão que a declaração teria, Lula disse ao entrevistador: "Eu fico até com medo, amanhã alguém vai assistir à tua entrevista, e dizer que Lula diz que pode ser candidato."
Mesmo assim, ele continuou discutindo essa hipótese, e concluiu: "Vamos trabalhar para a Dilma fazer um bom governo e, quando chegar a hora certa, a gente vê o que vai acontecer."
(Reportagem de Brian Winter)
(Estadão)
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