Onze pessoas foram presas nesta quinta-feira (29) pela Polícia Federal acusadas de integrar uma quadrilha especializada em fraudes contra a Previdência. Um dos acusados deixou uma comunidade rural no interior do Maranhão e comprou uma casa de luxo na zona nobre de São Luís por R$ 1 milhão.
As prisões foram fruto da “Operação Duas Caras”, desencadeada em São Luís e nas cidades de São José de Ribamar, Paço do Lumiar e em Icatu, município distante 155 quilômetros da capital. Dos onze presos, quatro eram funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em São José de Ribamar e dois eram presidentes de entidades como o Sindicato de Trabalhadores Rurais e Colônias de Pescadores.
A PF não revelou os nomes dos presos. Um deles seria Domingos Babão, presidente da Colônia de Pescadores do Porto do Mocajituba, em Paço do Lumiar. O ex-vereador Antonio Frazão, o Antonio Cachorro, presidente da Colônia de Pescadores do Pau Deitado, também Paço do Lumiar, está foragido. Tanto Cachorro quanto Babão seriam ligados ao pré-candidato a prefeito Fred Campos, irmão do enrolado presidente da Câmara de Vereadores da cidade, Alderico Campos (DEM).
Segundo o delegado Cláudio Carvalho, titular do Departamento de Repressão a Crimes Previdenciários da Polícia Federal do Maranhão, a quadrilha teria desviado aproximadamente R$ 16,5 milhões dos cofres públicos por meio de 600 aposentadorias fraudulentas. Todas as aposentadorias, pelas informações da PF, deverão ser canceladas.
Segundo as investigações, agenciadores mantinham contato com pessoas do interior do Estado oferecendo facilidades para que elas se aposentassem mesmo sem ter direito ao benefício. Os interessados então entregavam todos os seus documentos aos intermediários e, a partir daí, os agenciadores falsificavam informações como idade, endereço e exercício de atividade.
Os integrantes dos sindicatos de trabalhadores rurais e colônias de pescadores também tinha ciência da fraude, já que incluíam em seus registros nomes de trabalhadores que nunca foram agricultores ou pescadores. Os funcionários do INSS presos eram responsáveis por incluir os dados fraudulentos no sistema. Em algumas ocasiões, sem que o “aposentado” sequer tivesse ido à agência do INSS para requerer o benefício.
Após conseguir a aposentadoria, os intermediários tiravam empréstimos consignados no nome do “pensionista” ou recebiam indenizações previdenciárias como forma de pagamento pelo serviço. O valor era repartido entre os funcionários do INSS e os agenciadores. As investigações começaram em dezembro de 2009, quando a Polícia Federal detectou movimentações financeiras atípicas dos envolvidos. Mas estima-se que a quadrilha atuava desde 2004.
Além destes onze presos, existem mais três mandados de prisão temporária a serem cumpridos. A Polícia Federal também cumpriu 18 mandados de busca e apreensão de documentos. A ação envolveu 75 policiais federais e 17 técnicos deslocados pelo Ministério da Previdência Social.
Na casa da suspeita Clarice Silva Frazão foi encontrado um cofre com cerca de R$ 200 mil. O total de dinheiro apreendido pela polícia na operação foi de mais de R$ 330 mil. Foram aprendidos ainda uma caminhonete Hilux, um Polo, um Corsa Classic, um Agile, uma picape Strada e uma moto Yamaha.
(Com informações do iG).
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