A defesa que o deputado Marcelo Tavares fez da gestão do Governador Jackson Lago sobre o problema carcerário do Estado, foi a gota d'agua, pedindo licença à bancada do PDT na Assembleia, provocou uma reação inusitada na Deputada Graça Paz e no Deputado Carlos Amorim. Os dois manifestaram-se agressivamente e terminaram tentaram isolar-se do bloco oposicionista liderado por Marcelo.
Falando em nome da bancada do PDT em tom de irritação, dos deputados Graça Paz e Carlinhos Amorim, “enquadraram” o colega Marcelo Tavares (PSB) durante sessão na manhã desta quinta-feira na Assembleia Legislativa.
Os pedetistas subiram à Tribuna para reclamar das críticas que o socialista tem feito ao apoio do PDT à governadora Roseana Sarney (PDT). A primeira a falar foi Graça Paz.
“Ninguém tem o direito de vir aqui puxar nossa orelha. Temos de ser respeitados. Não vou mais aceitar. Sempre respeitei meus colegas. O PDT não vai fazer oposição por fazer oposição”, discursou a deputada, bastante irritada.
A pedetista lembrou que fez oposição durante dois anos ao governo José Reinaldo Tavares (PSB), mas após entendimento no partido passou a apóia-lo.
“O meu partido não deu procuração para ninguém vir nos cobrar. Nós não somos capachos. Não sei onde querem chegar. Não aceitaremos cobranças e provocações. Cada um que cuide de sua bancada”, detonou ela.
Na seqüência, Marcelo foi à Tribuna se defender. Disse que em nenhum momento fez referência à bancada do PDT. Apenas quis ser autorizado a defender o ex-governador Jackson Lago (PDT). “Acho estranho apenas o Jackson ser criticado e não haver defesa”, afirmou.
O ex-presidente da casa disse ter achado estranho os pedetistas terem se alinhado à candidatura de Ricardo Murad (PMDB) à presidência da Assembleia e ao governo Roseana. “O Ricardo foi um dos grandes articuladores da derrota de Jackson. Isso me constrange”, assinalou.
O socialista disse ainda que o grupo Sarney só “domina” a política no Estado por causa da “oposição fraca” existente no Maranhão. “O domínio de Sarney é mais por causa dessa oposição fraca, calada, envergonhada, dúbia, omissa, covarde, que não ajuda o processo democrático. Fomos eleitos para ser oposição. Sou oposição, mas não tenho vergonha. Temos de ter vergonha na cara e assumir nossas posições” continuou Marcelo.
“A deputada Valéria Macedo é irmã do prefeito Deoclides Macedo (Porto Franco) e tem vergonha na cara. O deputado Camilo Figueiredo também tem vergonha na cara. Vossa excelência deveria nos respeitar e dar exemplo de civilidade. Ninguém aqui é melhor que ninguém. O senhor já lidera o PSB, o PPS… É liderança demais. Apoiei o Ricardo porque entendi que naquele momento ele era o melhor para a Assembleia. Não vamos aceitar que o senhor venha desdenhar, faça referências jocosas ao PDT”, alertou, indignado.
O deputado por Imperatriz afirmou ainda que a legenda resolveu apoiar o governo por entender que não deve fazer “oposição por oposição”.
“Não fazemos a política do quando pior melhor. Não queremos que a governadora Roseana faça o pior governo da vida dela. Queremos que ela faça o melhor governo da vida dela. Eu quero que ele acerte. O PDT entende que para cobrar do Governo do Estado não é preciso fazer oposição por oposição. É isso que o senhor tem dificuldade de entender. Mas é esse o entendimento do PDT, quer o senhor queira ou não”, detonou.
Mesmo sem citar o nome do comunista, Carlinhos acusou Marcelo de estar querendo antecipar o processo eleitoral de 2014 no sentido de favorecer a candidatura do candidato derrotado Flávio Dino (PCdoB).
Marcelo: 'Quis apenas defender Jackson Lago'
Depois dos petardos que acabara de receber, o ex-presidente usou mais uma vez a palavra para dizer serenamente : “Eu não falei contra o PDT. Só cometi o erro de tentar defender Jackson. Boa sorte na sua escolha e no desejo de apoiar Roseana”, finalizou.
O episódio mostra tudo o que se passa na bancada do PDT. Aguardemos a palavra dos dirigentes do mesmo para sabermos quem está dizendo a verdade sobre o apoio, mesmo tímido e escondido ao Governo Roseana Sarney.
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