“A saúde no Maranhão está acéfala. Não há comandante ou qualquer tipo de iniciativa para resolver os problemas”. O alerta foi feito hoje (quarta-feira, 31), pelo presidente da Assembleia, deputado Marcelo Tavares (PSB), ao avaliar a dramática situação da falta de hospitais no estado, principalmente nos municípios de Imperatriz, São Luís e Timon.
Na avaliação de Marcelo, a situação é muito grave, mas o governo se comporta como se o problema não estivesse ocorrendo no Maranhão. “Parece que o problema é na Suíça, no Canadá, nos Estados Unidos ou em outro lugar. Nem responsável para buscar uma solução nós temos hoje. Para eles, o que vale é a eleição ou escolher alguém que os ajude a eleger ou reeleger um governo que, até hoje, não existiu”, declarou.
Para Marcelo, as crianças que estão morrendo por falta de atendimento hospitalar no estado “são anjos punidos pelo descaso, pela incompetência e pela falta de vontade política de resolver um problema que poderia ser muito simples”. Segundo ele, se o governo não tivesse gasto R$ 47 milhões com o carnaval, certamente teria sobrado dinheiro para resolver os problemas das UTI’s, que não se restringem apenas a Imperatriz, mas a São Luís também.
Marcelo Tavares lembrou da ida de Ricardo Murad à Assembleia, no início da sua gestão na Secretaria de Saúde, quando apresentou o programa de construção dos hospitais, ocasião em que ele [Marcelo] teve a oportunidade de dizer que o Estado não precisava do referido programa, que o mesmo era um equívoco. A prova disso é que o Estado está construindo pequenas unidades de saúde, tomando para si uma responsabilidade que é dos municípios, já que não servirão para prestar atendimento médico de qualidade a ninguém.
Na verdade, avalia Marcelo, Ricardo Murad se portou como um grande secretário de Infraestrutura na Secretaria de Saúde. "Não se preocupou com UTIs, não se preocupou com vacinação contra a gripe suína e não se preocupou com o que era obrigação dele, preocupou-se apenas com obras, obras e mais obras”.
O presidente da Assembleia lamentou que o Maranhão esteja vivendo uma situação de caos e a população impedida de tomar conhecimento do que acontece porque os meios de comunicação do estado não divulgam. “Até nesta Casa, se não fossem as poucas vozes da oposição, este seria um assunto proibido”.
Marcelo denunciou que a Secretaria de Saúde não tem mais secretário, tem apenas um cidadão que continua visitando os hospitais como se secretário fosse. Segundo ele, desde o dia 29 de março que os atos de exonerações foram publicados e o deputado Ricardo Murad (PMDB) aparece na imprensa visitando unidade de saúde de São Luís.
O deputado oposicionista disse que gostaria que o deputado Ricardo Murad tivesse esse mesmo empenho para visitar as unidades de Saúde de Imperatriz, onde as crianças morrem todos os dias, as de Timon e Caxias, onde boa parte da população é atendida nos municípios do Piauí e na cidade de Teresina.
Na concepção de Marcelo Tavares, Ricardo Murad conseguiu deixar a Secretaria de Saúde sem resolver os dois problemas mais graves que estão ocorrendo, que é a falta de hospitais e o desabastecimento de água.
Segundo Marcelo, nem a questão da água de Penalva, com alto índice de salinização, cujo problema seria resolvido com a aprovação de uma emenda ao orçamento de sua autoria, no valor de R$ 800 mil, rejeitada pela base governista, o governo atual conseguiu resolver. Ele lembrou que Penalva continua sem água, “porque este é um governo que só se preocupa em fazer propaganda e depois que coloca retrato e faz o outdoor, acaba o interesse”.
HELICÓPTERO
A questão da renovação do contrato de aluguel de um helicóptero que serve ao governo, no valor de R$ 1,220 milhão, denunciada por Edivaldo Holanda (PTC), também foi destacada por Marcelo Tavares. Ele questionou quantos doentes ou quantas doses de vacinas foram transportadas nesse helicóptero. “Talvez nenhuma".
Todos esses problemas, na avaliação de Marcelo Tavares, reforçam a certeza de que o atual governo não se preparou para ser governo, que só se preocupa agora é com a eleição ou em fazer intervenção no Partido dos Trabalhadores, mas não se preocupa em administrar o Estado. “Já pensa no outro mandato e esquece este, enquanto a população fica aí completamente abandonada”, enfatizou.
Agência Assembleia
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