POR JULLY CAMILO / Jornal Pequeno
Os técnicos administrativos da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) já estão em greve há 27 dias, em razão da não aprovação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) dos servidores. A categoria afirmou que o governo tem sido intransigente, quando insiste em não recebê-los; além de não aprovar uma proposta que ele mesmo criou. Os municípios de Caxias, Bacabal e Imperatriz também paralisaram suas atividades; porém, o movimento também conta com a adesão de todos os setores da universidade, em solidariedade à categoria, mantendo apenas os serviços essenciais funcionando.
Os servidores da capital, que totalizam um quadro efetivo de 550 técnicos, cruzaram os braços por tempo indeterminado e bloquearam com cavaletes e faixas a entrada principal da Uema. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Uema (Sintuema), Valber Tomé, as negociações vinham acontecendo desde o mês de setembro do ano passado, quando uma comissão com membros da universidade, sindicato e governo, foi formada e uma proposta foi elaborada, sendo aprovada por todos. "Mas o governo recuou e decidiu nos 'enrolar' com falsas promessas. A intocável governadora não desce do seu trono para receber os movimentos sociais e desta forma fica difícil negociar, uma vez que seus próprios secretários são categóricos em afirmar que não se trata de problemas orçamentários, e sim de uma decisão política que ela teima em não dar", declarou.
De acordo com o sindicalista, a proposta elaborada pela comissão anterior foi totalmente modificada pelo governo; entretanto, mesmo sem conhecer o teor e o nível de segurança jurídica dela, os servidores decidiram aprovar o plano e querem apenas a sua reestruturação imediata. Na última sexta-feira, 9, a liderança do movimento se reuniu com o reitor da Uema, José Augusto Silva Oliveira, que teria transmitido o pedido do vice-governador João Alberto para que a categoria repensasse e voltasse ao trabalho; e que, na sequência, eles continuassem com as negociações. "Da última vez, a governadora pediu que voltássemos, afirmando que em 72 horas a proposta seria encaminhada para votação na Assembleia Legislativa; no entanto, após o prazo dado por ela, o secretário Luciano Moreira nem sabia o teor da proposta que eles mesmos elaboraram. Devido a isso, o movimento continuou, pois nem o reitor é recebido por Roseana em seu gabinete", disse Válber Tomé.
Eleição não é problema - O presidente do Sintuema explicou que o período eleitoral não é problema nem justificativa para a não aprovação do PCCS, uma vez que o plano já existe há mais de 20 anos e a categoria quer somente a sua reestruturação no prazo de 180 dias que antecedem às eleições. "Já consultamos nossos advogados e não há problemas com o prazo; pois, ao contrário da revisão geral, essa medida se destina a uma determinada categoria, sem efeitos jurídicos sobre os demais servidores do ente público empregador. Portanto, a reestruturação de uma carreira específica não influenciará ou desequilibrará o certame. Estamos abertos a negociações, e na primeira sinalização do governo a gente encerra o movimento. Caso contrário, vamos acampar em frente ao Palácio dos Leões", garantiu o sindicalista.
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