domingo, 27 de maio de 2012

REUNIÃO NÃO É PALAVRÃO

A eleição para governador em 2014 será uma eleição difícil como são todas contra a família Sarney, principalmente estando eles no governo. Quem subir no sapato alto e achar que será diferente precisa lembrar que do outro lado estará José Sarney, que terá como candidato, certamente, Edison Lobão, outro político habilidoso e experiente. Portanto, acredito muito na vitória de Flávio Dino e lutarei por ela como estou lutando, mas ela virá se não cometermos erros graves até lá. Ninguém ganhou nada ainda.
Falo de cátedra porque foi comigo no comando que tivemos a única vitória sobre a oligarquia até hoje. Mas, naquele tempo, eu tinha condições de impor à oposição ao grupo Sarney aquilo que achava ser o caminho, como de fato ficou comprovado. E mais do que tudo isso, consegui, a muito custo, unir os líderes oposicionistas em torno do projeto.

Para isso me sacrifiquei enormemente, pois abdiquei de ser candidato ao Senado ou à Câmara Federal, onde certamente teria eleição provável.

Um dos fatos mais marcantes foi a imposição da ideia de vários candidatos, pois, no primeiro momento, praticamente todos ficaram contra, principalmente Jackson Lago, que pretendia fazer uma eleição plebiscitária; ou seja, ele representando a oposição contra Roseana Sarney representante da oligarquia. Chegou a ficar muito zangado comigo e corria solto que eu estaria infiltrado na oposição a serviço de Sarney. Logo eu.

Eu tive que impor minha determinação a ferro e fogo. E a certeza de que estava certo vinha de duas fontes diferentes; uma direta, decorrente das minhas reuniões diárias com meus amigos chefes políticos nos municípios; e as pesquisas qualitativas, pois muitos dos meus amigos não queriam votar em Jackson e me pediam um outro nome.

Jackson teve a retidão de reconhecer seu erro e em visita que me fez, antes da eleição, disse que eu estava certo, pois estava convencido, àquela altura, que não ultrapassaria 35%, o que efetivamente ocorreu no primeiro turno. Felizmente as candidaturas de Edson Vidigal e Aderson Lago garantiram os votos que nos levaram ao segundo turno e à vitória espetacular de Jackson Lago.

A eleição de governador é majoritária; ou seja, é fruto da agregação de votos, e só se ganha uma eleição desse tipo com a adesão da classe política. Não tem outro jeito.

Pensar que se ganha eleição majoritária com um pequeno grupo de virtuosos é agredir o sentimento de políticos experientes. Não se iludam, a birra quase infantil contra Castelo, um político respeitado e vitorioso, de grande tradição e amizades muito fortes, está sendo observada com atenção pela classe política, que está espantada, e pode ficar desconfiada. Vamos botar os pés no chão.

O presidente Lula, hoje considerado o mais forte político brasileiro, não se impressiona com pesquisas muito antes da eleição. Ele nem se abala com os 3% de Hadad em São Paulo nem com a sua rejeição três vezes maior que sua aprovação, e está convicto de que seu candidato vai vencer a eleição.

Muito mais importante que isso para ele é fazer o maior leque possível de alianças e coligações para dar densidade política ao seu candidato e assim ir em busca da vitória.

Se minha palavra não dá para convencer, que se inspirem em Lula e não busquem alijar do processo de 2014 o mais importante político de São Luís e o seu partido, muito forte no estado, o PSDB.

Não tenho nada contra nenhum dos candidatos do auto chamado bloco de oposição. Vejo futuro político importante para todos, mas o momento, a meu ver melhor para todos, será após ganharmos, com Flávio Dino, as eleições de 2014.

Pensem nisso e vamos conversar!

* José Reinaldo Tavares é ex-governador do Maranhão e atual Secretário de Governo da Prefeitura Municipal de São Luís

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