O trade turístico deve estar com saudades do Airton Abreu, secretário de Turismo do meu governo, que trabalhava com afinco para colocar o Maranhão dentro do fluxo de turismo nacional e internacional. O esforço foi muito grande, Airton e seus auxiliares carregavam nos ombros o material promocional do Maranhão, que levavam para mostrar nossas belezas em todas as feiras de turismo importantes e sempre tendo o cuidado de atrair jornalistas especializados dos mais importantes meios de comunicação do país e do exterior para nos visitarem.
Nunca o Maranhão foi tão mostrado como naquela época, quando firmamos parcerias importantes com grandes operadoras de turismo que ‘vendiam’ o estado, como destino turístico importante para o país e para o mundo. Aviões charter chegavam aqui semanalmente com turistas do Chile, da Guiana Francesa, de Portugal e de outros países da Europa, além de São Paulo e Rio de Janeiro.
Esta foi a mesma época em que nosso aeroporto se tornou internacional (hoje funcionando precariamente), o que facilitava voos diretos. E foi ainda a época da integração com os trades do Piauí e do Ceará, visando atrair mais pessoas para as belezas de um circuito invejável que ligava Barreirinhas, Camocim e Jericoacoara. Por fim, no mesmo período ocorreu a construção da Beira Rio em Barreirinhas, fantástica obra que valorizou muito a cidade, além da construção da pista de pouso do município, capaz de receber jatos de grande porte. Entretanto, hoje, como todo o resto, está abandonada e não funciona, limitando o acesso aos lençóis maranhenses.Não bastassem essas obras, durante o meu governo, construímos e entregamos do Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana, que por si só trouxe o Hotel Luzeiros para cá, um hotel de categoria mundial que atrai visitantes para o Maranhão. Na época, o dono da cadeia de hotéis Luzeiros me disse que estava vindo por causa do Centro de Convenções e que, segundo ele, era o melhor do Brasil na ocasião. Contudo, até hoje, anos após eu ter deixado o governo, o Centro não funciona como deveria. Assim, como atrai poucos eventos de turismo, acaba servindo mais para festas e reuniões do governo, que tem uma visão totalmente equivocada do que representa um Centro daqueles.
O planejamento do Centro previa a concorrência pública para entregar a administração do local a uma organização especializada na administração de Centros de Convenções de grande porte, que teria como finalidade maior ‘vender’ seus espaços para empresas nacionais ou internacionais interessadas em fazer convenções internas ou externas, lançamento de produtos, congressos de toda a ordem etc. tornando-se assim uma entidade altamente fomentadora do incremento do turismo de lazer ou negócios no estado. Se algum órgão estadual ou municipal quisesse ocupar seus espaços, teria que pagar por isso. Seria um local autônomo e auto-suficiente financeiramente.
Nada disso foi feito e hoje ninguém normalmente vem para São Luís por causa do Centro de Convenções, o que é um tremendo desperdício no uso de um equipamento tão importante e diferenciado para o desenvolvimento do estado e para a criação de empregos...
Para completar o panorama, no meu governo, com o trabalho desenvolvido, também trouxemos grandes hotéis. Hoje com o completo abandono do setor de turismo, que é uma atividade criadora e mantenedora de emprego e renda no mundo todo (que nos digam nossos vizinhos do Ceará e do Rio Grande do Norte), o setor hoteleiro passa por dificuldades e um grande hotel de São Luís enfrenta problemas muito sérios.
A situação é tão séria que foi publicada no dia primeiro de junho último uma matéria no jornal O Imparcial trazendo o título “Pessimismo nos Hotéis”, mostrando que algo de muito errado está acontecendo. Isto porque nem a temporada gorda para o turismo do estado, que são as festas do São João, o famoso período junino, época em que a capital se enchia de turistas, conseguiu incrementar a taxa de ocupação dos hotéis de São Luís. Realmente, a situação é séria. Recordo-me que certa vez, quando ainda governador, tive que socorrer no palácio uma ex-ministra que resolveu vir sem fazer reservas de hotel e não conseguiu alojamento em lugar nenhum... No entanto, hoje só há desalento num setor que tanto contribui para a criação de empregos.
Nan Souza, o presidente do Convention and Visitors Bureau de São Luís, afirmou ao jornal que “não houve promoção e sem a promoção do turismo, não teremos compradores”. Já o presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Maranhão, Paulo Coelho, definiu assim a expectativa do trade hoteleiro em relação ao período junino, tradicionalmente considerada de alta estação no Maranhão: “A expectativa é a pior possível”. Afirmou ainda que todos estão preocupados com quem vem. Disse que nos setores que trabalham com o turismo, ao invés de contratações, estão havendo demissões, inclusive com a queda de ocupação de leitos de hotéis.
Pois bem, esse é o incrível governo de Roseana Sarney que, ao não trabalhar, e passar o tempo apenas fazendo propaganda de um surto de desenvolvimento nunca visto, com a criação de 400 mil empregos, - que ninguém sabe onde estão - joga fora as muitas oportunidades de emprego que poderia de fato proporcionar um setor que já criou muitas vagas de trabalho. No entanto, hoje, por indolência, preguiça e falta de foco, hoje desemprega ao invés de empregar.
É um grande governo, sem dúvidas!
E para encerrar, lembro que este grande governo lançou recentemente a construção de vários Centros Tecnológicos em meio a muita pirotecnia, mais um surto de propaganda exagerada, como sempre. Mas a realidade é sempre muito diferente. Os Cetecmas de Açailândia não pagam o pessoal que trabalha neles há cinco meses e o governo sequer se comunica com eles, que nem sabem se estão demitidos ou continuam funcionários. A Secretaria de Ciência e Tecnologia tampouco responde aos apelos por uma reunião para esclarecer o que está acontecendo. Isto é enlouquecedor para os jovens que trabalham ali há algum tempo. Por que agem assim?
Definitivamente a governadora não gosta de pagar professores…
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