Por Franklin Douglas
O Diário Oficial da União fez a fila andar na presidência da Embratur: sai Mário Augusto Lopes Moysés, entra Flávio Dino Castro e Costa.
A nomeação de Flávio Dino para a Embratur também traz uma consequência imediata às eleições na capital. A fila também andou no PCdoB: Flávio Dino não será candidato a prefeito de São Luís.
A sua escolha pela Embratur é também sua opção por 2014, e não 2012: “Irei me dedicar ao máximo para ajudar nosso país e honrar a confiança da presidente Dilma”, anuncia Dino em seu twitter.
A confiança da presidente Dilma, e seu apoio político, não seria colocada em xeque por uma pretensão eleitoral de fazer da Embratur apenas um trampolim até as convenções eleitorais de junho de 2012, na verdade, menos de um ano depois, porque o afastamento dar–se-ia em abril de 2012.
Racionalmente improvável. E quem o conhece, sabe: Flávio não faz política irracional. É como um exímio jogador de xadrez.
E também tem pressa, apesar de estar na casa dos 40 anos. Viabilizar um projeto de esquerda de longo prazo e sustentável, com sua eleição a prefeito em 2012, a partir de um leque de alianças com os setores progressistas da cidade, com vistas a construir uma reeleição em 2016, consolidando a ascensão de um verdadeiro bloco de poder sob novas práticas políticas, para então buscar o Governo do Estado, em 2018, seria muito tempo… para ele.
Certamente o ex-futuro candidato a prefeito de São Luís calculou os custos pessoais, políticos e eleitorais de uma candidatura em 2012.
Diferente de 2008, onde tinha todas as condições políticas (apoio do Planalto, de Lula, do PT e era uma novidade), mas teve que correr atrás das condições eleitorais. Para 2012, há apoio eleitoral e muito, mas falta apoio político.
Assim, Flávio convenceu-se que não valeria a pena. Deixaria Castelo à vontade e não teria, de imediato, o apoio de vários setores oposicionistas que lhe vêem com desconfiança, de tucanos a pedetistas, passando pela esquerda socialista. Sem o tempo de TV do PT, o apoio de parte da esquerda petista, que está caindo no canto da sereia de Washington que jura querer Bira de candidato a prefeito, e com seus principais financiadores voltados para a disputa em seus municípios, Dino também deve ter ponderado que não valeria a pena correr tanto risco. Além do medo de uma terceira derrota consecutiva a cargo majoritário. Apesar dos 49 a 53% de votos que pesquisas internas dos partidos lhe confiam, Flávio não acredita que se ganhe só com a força do povo…
A que custo?
Afora isso, há de se investigar o preço dessa nomeação para a Embratur: de 2002, quando Lula chegou ao Planalto, até Dilma (2011), nenhum oposicionista aos interesses da oligarquia Sarney emplacou em cargo federal algum no Maranhão, muito menos em Brasília: que o digam Haroldo Saboia, Domingos Dutra, Joãozinho Ribeiro, Márcio Jardim, Augusto Lobato, Silvio Bembem, Jomar e Terezinha Fernandes. Não fizeram o nosso jogo no Maranhão, espalhava José Dirceu e companhia sobre o veto a esses petistas. Qual o segredo de Flávio Dino? …
A roda gira nas eleições da capital maranhense. Emoções. E ainda falta mais de ano para o pleito.
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