POR FLÁVIO DINO
Vamos nos aproximando do fim deste ano no qual obteremos os melhores números de visitação de turistas estrangeiros na história do Brasil. Dados levantados pela Embratur mostram que já rompemos nosso recorde anterior, de 5,3 milhões de turistas, e vamos fechar o ano com mais de US$ 6,4 bilhões de entrada de divisas oriundas dessa atividade econômica.
Esses recordes são resultados do trabalho incansável dos empresários e profissionais do setor, associado a políticas de divulgação de nossos destinos e produtos turísticos no exterior, pelas quais a Embratur é responsável. Tudo dentro de um cenário de maior visibilidade internacional do Brasil, derivada do bom momento de nossa economia e do nosso maior peso político, sem o qual nosso trabalho não teria o mesmo efeito positivo.
Mesmo com os melhores números de nossa história, persistem gargalos importantes a serem superados na área do turismo. Em 2011, por exemplo, devemos também ter um grande déficit na conta turismo, já que aumentaram as viagens de brasileiros ao exterior, sem que o turismo receptivo pudesse acompanhar na mesma velocidade.
Portanto, neste momento, mais do que comemorar, estou preocupado em projetar um plano de voo que leve o turismo brasileiro a um futuro ainda mais alvissareiro. Temos como meta dobrar o número de turistas até 2020, chegando a 10 milhões de estrangeiros por ano, e triplicar a entrada de divisas, zerando nosso déficit na conta turismo.
É hora de superar os entraves e enfrentar o tema da competitividade de nossos produtos turísticos. Qualidade e preço são debates fundamentais, na medida em que seria desastrosa a consolidação da ideia do Brasil como um destino turístico caro. O superaquecimento da demanda em muitos setores não pode matar a 'galinha dos ovos de ouro'. Precisamos de um pacto nacional pelo turismo, sobre infraestrutura, marco regulatório, qualidade e preço, envolvendo as três esferas de governo, o Congresso e a indústria, levando à prática as muitas boas idéias já produzidas.
Para alcançar esses novos patamares, temos uma chance única pela frente: num intervalo de cinco anos, o país receberá os maiores eventos do planeta, começando pela Conferência Rio+20 no ano que se avizinha e culminando com os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016, passando pela Copa das Confederações, Jornada Mundial da Juventude, Copa do Mundo FIFA 2014 e Copa América.
Megaeventos que geram megaexposição ao país no exterior, permitindo mostrar a diversidade de destinos turísticos do Brasil. E a maior batalha será pelo legado de imagem que ficará após o Brasil passar pelo rigoroso teste de bilhões de olhos do mundo a nos acompanhar. Até aqui, estamos sendo aprovados no teste: 96% dos turistas que vieram ao país no ano passado manifestaram desejo de voltar, segundo pesquisa feita pela Fipe, a pedido do Ministério do Turismo e da Embratur.
Para superar esses desafios, a Embratur está utilizando as ferramentas já conhecidas e desenvolvendo novas, por exemplo, na área cada vez mais essencial da comunicação digital. Além disso, vamos apoiar, com critérios objetivos, vôos fretados, visando complementar a malha aérea comercial e levar estrangeiros a pontos turísticos com pouca acessibilidade pela malha aérea comercial, como é o caso de tantas capitais do Norte e Nordeste.
Ademais, consideramos que a Copa é um evento de todos os brasileiros, por isso deve render benefícios ao maior número possível de cidades. Com essa premissa, estamos desenvolvendo uma série de roteiros associados às 12 cidades-sede, para estimular o turista que vem para a Copa do Mundo a conhecer outras cidades e estados no período entre os jogos, como a nossa querida capital – que completa 400 anos em 2012.
Com esse novo modelo de trabalho, alcançaremos resultados ainda melhores, transformando o turismo em um dos propulsores do desenvolvimento nacional, com alta capacidade de distribuir renda em todo o nosso vasto e belo território.
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