Uma operação com dez carros e 40 agentes da Polícia Federal prendeu no fim desta tarde cinco traficantes que tentavam fugir da Rocinha e três policiais civis e dois ex-policiais militares que os ajudavam na fuga.
Polícia investiga atendimento médico de chefe do tráfico
Polícia investiga toque de recolher do tráfico na Rocinha, no Rio
O comboio de quatro veículos que deixava a favela da zona sul do Rio foi interceptado após a inteligência da PF ter recebido informações de que a fuga aconteceria hoje.
Divulgação |
Cartaz do Disque-Denúncia do Rio, que oferece R$ 5.000 por informações sobre Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem |
Os carros deixaram a favela pela saída da rua Marquês de São Vicente, na Gávea, e foram interceptados em dois pontos diferentes da região, nas proximidades do Shopping da Gávea e da Praça Sibélius.
Os policiais detidos e os traficantes estavam armados, mas não houve troca de tiros. Alguns dos bandidos viajavam nos porta-malas dos carros.
Entre os presos, está Anderson Rosa Silva, o Coelho, apontado como braço-direito de Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico na Rocinha.
A PF trabalha com a informação de que Nem ainda está na Rocinha e pode tentar escapar antes de domingo num esquema semelhante ao desbaratado nesta tarde.
"Os presos são de importância dentro da organização criminosa que atua na Rocinha", disse Vitor Poubel, delegado de combate ao crime organizado da PF.
Além de Coelho, foi preso também Sandro Luiz de Paula Amorim, o Peixe, um dos chefes do tráfico no morro São Carlos (centro), que buscou refúgio na Rocinha após a instalação de uma UPP em sua favela, em maio.
Os outros traficantes detidos são Paulo Roberto Lima da Luz, o Paulinho; Varquia Garcia dos Santos, o Carré e Sandro Oliveiro.
Já os policiais civis presos são Carlos Renato Rodrigues Tenório e Wagner de Souza Neves, da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Cargas, e Carlos Daniel Ferreira Dias, da Delegacia de Repressão a Crimes contra a Saúde Pública.
Também foram presos os ex-PMs José Faustino Silva e Flávio Melo dos Santos. A Folha não conseguiu contato com os advogados dos presos.
Além das prisões, a PF apreendeu cinco granadas, 11 pistolas, três fuzis, carregadores, munição e uma quantidade não especificada de dinheiro em reais e euros.
CHEFE DO TRÁFICO
Segundo a polícia, por causa da iminente ocupação policial, o traficante Nem teria decretado desde a semana passada um toque de recolher para comerciantes e moradores, segundo investigação da Polícia Civil. O traficante também teria limitado a circulação de motociclistas.
Apontado como um dos líderes da facção criminosa ADA (Amigos dos Amigos), o traficante Nem controla a Rocinha desde novembro de 2005 e possui nove mandados de prisão contra ele.
Uma investigação da Polícia Civil confirmou que Nem recebeu atendimento médico na manhã de segunda-feira (7) na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) da Rocinha.
Na ocasião, o traficante teria ido à UPA acompanhado de seguranças armados com fuzis. A Secretaria Municipal de Saúde, responsável pela unidade, não confirma o atendimento ao criminoso, mas também não nega o fato. A pasta informa apenas que a UPA funcionou normalmente na segunda-feira.
Uma das informações recebidas pela Polícia Civil é de que Nem teria procurado atendimento porque teria tido uma convulsão após misturar álcool com ecstasy durante uma festa realizada na Rocinha entre a noite de domingo (6) e a madrugada de segunda-feira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário