AGENCIA ASSEMBLEIA
O líder da Oposição, deputado Marcelo Tavares (PSB), vai propor na Assembléia Legislativa a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito com o fim de investigar todos os convênios sacramentados no Estado a partir do ano de 2009. “Vão fugir disso aqui como diabo da cruz”, disse, exibindo o requerimento em que solicita a CPI.
Marcelo frisou que a Oposição tem assistido à grave denúncia do deputado Roberto Costa (PMDB) de que o prefeito de São Luís, João Castelo (PSDB), teria desaparecido com R$ 73,5 milhões destinados à realização de várias obras importantes. Ele adiantou que a denúncia é conseqüência das assinaturas de convênios com o ex-governador Jackson Lago e que a governadora Roseana Sarney (PMDB) entrou na Justiça para recuperar esses recursos para o Estado.
Depois de indagar quantos prefeitos naquela época receberam os convênios e sacaram o dinheiro, Marcelo Tavares disse que a Oposição aceita, corrobora e vai participar de todas as investigações desde que não seja uma atitude unicamente política, endereçada ao prefeito João Castelo. Para ele, a Assembléia tem a obrigação de investigar cada um dos prefeitos, sem exceção.
Marcelo Tavares denunciou que após assumir o Governo do Estado a governadora Roseana Sarney abriu inquérito contra vários prefeitos, mas depois que estes decidiram apoiar a reeleição da governadora os inquéritos foram arquivados na Polícia Civil ou os prefeitos não foram mais incomodados.
O deputado acha que a população tem o direito de saber a destinação dos recursos dos convênios. “É dinheiro público, nenhum gestor pode fugir a essa responsabilidade, todos eles são iguais”, considerou. Marcelo Tavares afirmou que houve prefeito que sacou o dinheiro na boca do caixa, prefeito que colocou R$ 1,8 milhão debaixo do braço e levou do banco. E perguntou: será que o crime que um comete, o outro, por ser aliado da governadora, não cometeu?
Para Marcelo, se a Assembléia quer fazer investigação tem que fazer por inteiro e não pela metade. “Chega de investigar só quem é contrário à família Sarney”, disparou. O líder da oposição se comprometeu a fazer adendo a todos os requerimentos de investigação apresentados na Assembléia Legislativa para que sejam extensivos a todos os prefeitos que receberam convênios no ano de 2009.
Ele registrou, em seguida, que qualquer um que observe os Diários Oficiais do Estado de ontem e de hoje vai dar de cara com convênios que a governadora assinou e até hoje as obras não terminaram e continuam recebendo aditivos. “Já vai para o terceiro ano e as obras não foram concluídas”, denunciou o parlamentar, indagando se o dinheiro não foi desviado para a campanha de Roseana Sarney. “Dinheiro público não tem lado, não tem filiação partidária, não dá atestado de honestidade para ninguém”, acrescentou.
O líder da Oposição ainda denunciou um acordo judicial feito pela governadora do Estado com o prefeito de Balsas, através do qual pagou R$ 30 milhões para a Prefeitura, relativos ao ICMS. Em seu entendimento, se a governadora reconheceu a dívida para com esse município, os demais municípios foram prejudicados.
No final, o parlamentar reforçou que a Oposição aceita qualquer investigação, incentiva e quer participar, mas não pode ser política, tem que ser séria e inteira, não pela metade. “A investigação é para defender o interesse de um povo inteiro e não de um deputado só, finalizou.
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