sábado, 22 de outubro de 2011

Tribunal de Contas do Estado suspende compra com dispensa de licitação da Secretaria de Saúde

Jornal pequeno



Pleno do Tribunal de Contas do Estado suspendeu liminarmente na última quarta-feira (19), licitação no valor de R$ 4,2 milhões aberta pela Secretaria de Saúde do Estado para aquisição de reagentes para testes sorológicos e triagem sorológica de doenças transmissíveis pelo sangue para o Laboratório de Sorologia da Hemomar. A licitação seria realizada na modalidade de dispensa em caráter emergencial.
Concedida por despacho do relator do processo, conselheiro substituto Osmário Freire Guimarães, no último dia 30, e ratificada pelo TCE na primeira reunião do Pleno subseqüente, conforme determina a Lei Orgânica do Tribunal, a medida cautelar atende a denúncia de um dos licitantes.
A decisão suspende todos os efeitos do processo, impedindo as empresas de assinarem qualquer contrato com a administração pública decorrentes do ato questionado até o julgamento do mérito da denúncia.
Além de denunciar ao TCE, a empresa também impetrou Mandado de Segurança junto ao Tribunal de Justiça do Estado, que suspendeu o procedimento no último dia 03, de acordo com o Processo nº 44843/2011, da 2ª Vara da Fazenda Pública.
A análise do TCE revelou a existência de processo semelhante, no valor de R$ 5,5 milhões (Pregão 134/09), suspenso por medida cautelar do Tribunal de Justiça desde abril de 2010. De lá para cá, a Secretaria de Saúde promoveu a compra do mesmo material, também com dispensa emergencial, em pelo menos dois processos: em maio de 2010, no valor total de R$ 1,7 milhão, e em março deste ano, no total de R$ 2,1 milhões.
Em agosto deste ano, houve um processo revogado, segundo a comissão de licitação da Secretaria, por desinteresse das partes, que não apresentaram a documentação exigida, cujo valor seria de R$ 4,2 milhões. Na verdade, trata-se da mesma compra impugnada agora pelo TCE e pela justiça estadual, cujo valor exato é de R$ 4.239.639,30.
De acordo com o relator do processo, conselheiro substituto Osmário Freire Guimarães, chama atenção o fato de a Secretaria de Saúde ter persistido na compra do material com dispensa de licitação, promovendo duas aquisições depois da decisão judicial que suspendeu o processo de 2010, cujo mérito ainda aguarda julgamento. “Por uma única vez, até seria compreensível a dispensa emergencial, mas daí em diante o normal seria a secretaria estabelecer um planejamento para esse tipo de aquisição”, explica o conselheiro.
Logo após o despacho do relator, o presidente da Comissão Setorial de Licitação, Mauro Henrique Sousa Muniz, e o Secretário de Saúde, Ricardo Murad, foram citados para apresentação de defesa. As alegações, compostas por dez volumes, deram entrada no TCE no último dia 07 e estão sendo analisados para a decisão de mérito do órgão.
(Ascom/TCE-MA)

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