sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

DESOCUPAÇÃO DA ASSEMBLEIA PODERÁ RESULTAR EM DERRAMAMENTO DE SANGUE. NINGUEM TEM O DIREITO DE PROVOCAR O ENFRENTAMENTO DE FORÇAS QUE ESTÃO ARMADAS. ESPERA-SE QUE HAJA SENSATEZ E CAUTELA DE TODAS AS PARTES, NESTE FINAL NEGOCIAÇÕES.

 GREVE DOS MILITARES PODE ACABAR HOJE

Natália Raposo / O Imparcial

Policiais militares e bombeiros acampados na área externa da Assembléia Legislativa há mais de uma semana podem acabar com a greve ainda hoje (2). Nesta tarde, às 14h, haverá reunião entre o Governo do Estado e líderes do movimento grevista, na sede da Ordem dos Advogados (OAB-MA).

Militares na porta da Assembleia Legislativa do Maranhão
Militares na porta da Assembleia Legislativa do MaranhãoSegundo o cabo Roberto Campos, diretor de articulação política dos militares, caso a greve acabe nesta tarde, os PMs voltam ao trabalho ainda hoje.

Dentre os pontos rejeitados pelo Governo na reunião da última quarta-feira (30), o principal é o reajuste salarial referente a perdas de 2009 a 2011.
A proposta governamental de 10,1%, rejeitada pela categoria, resultaria num salário de R$ 2.200, inferior à exigência dos grevistas. Estes informaram que negociam caso o percentual chegue próximo a 19,33%. Outras reivindicações não atendidas foram a aposentadoria com 25 anos de serviço e a equiparação e elevação do status de Comandante Geral para Secretário de Estado.
Segurança
Durante os dias de paralisação, homens da Força Nacional e do Exército estão responsáveis pelo policiamento do estado. Segundo informações do comando das Forças Armadas, mais de 2 mil profissionais estão atuando nessa ação. Nesta sexta-feira (2), mais 150 militares da Companhia de Choque do 4º Batalhão de Polícia do Exército de Recife chegam a São Luís para reforçar o esquema de segurança, caso a greve dos militares e bombeiros não se encerre ainda hoje.

CASO  NÃO HAJA ACORDO, NOTICIA-SE O PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE, POR PARTE DO PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA.

É preciso ter cautela e muita sensatez nessa intenção de desalojar os militares grevistas do prédio da Assembleia Legislativa. Eles estão amotinados há exatos dez dias. O clime que ali reina é de alta tensão, apesar da firmeza e tranquilidades aparentes.

Ao que tudo indica, o governo não levará uma nova proposta que possa fazer a greve chegar ao seu final. Se quizesse encerrar o movimento, já teria negociado. Mas esse governo é irredutível e acha que tudo pode.

Em caso de negociação não apontar nenhum resultado, logo mais às 14h, tudo pode acontecer. Menos os militares, que resistem bravamente, se entregarem. Ou melhor, desocuparem o prédio da Assembleia Legislativa, que é classificada de a Casa do Povo.

A maior preocupação é com os familiares dos militares, além de suas próprias vidas. São crianças, jovens, idosos, pais e filhos, esposas e esposos, avós, que ali estarão para servir de escudo humanos aos seus bravos guerreiros.

Meus Deus, nem quero imaginar uma das cenas mais horríveis que poderão ocorrer no Maranhão, em São Luís, e logo dentro da Casa do Povo. Quem serão os responsáveis pelo provável derramamento de sangue? A quem a história indicará quem teve ou não razão?

Ora, se os grevistas que ali estão andam dispostos no dia a dia lutando, travando duelos com bandidos de alta periculosidade para garantir a segurança de nossas famílias, imagine, então, a deles próprios.

A governadora Roseana Sarney, bem protegida pelos leões do Palácio deve enviar seus emissários com uma proposta que possa acabar esse impasse. Os grevistas, não devem radicalizar se o acordo proposto não for 100%, até porque eles estão numa negociação. Aos deputados, caso o acordo não se concretize, que reflitam nas consequências de um despejo precipitado. Afinal, ali eles foram acolhidos e se sentem seguros porque a Assembleia Legislativa deve ser, sim, a Casa do Povo. E militar é povo. E mais: protege o povo.

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