Por Hugo Marques, da ISTOÉ:
Com 71 anos de idade, o prefeito de Barra do Corda (MA), Manoel Mariano de Sousa, o Nenzim, até hoje não aprendeu a separar o público do privado. Eleito pelo Partido Verde, ele é acusado pela Polícia Federal de liderar uma quadrilha que desviou pelo menos R$ 50 milhões dos cofres públicos, em dois mandatos. A quadrilha de Nenzim tem um perfil familiar. Ele foi ajudado pela esposa, Francisca Teles de Sousa, a Santinha, e por três filhos que teriam participado das falcatruas com um bando de laranjas. No início de fevereiro, Nenzim e Santinha tiveram de fugir para não serem presos. Seus advogados conseguiram, porém, um habeas corpus no STJ que os mantêm soltos até hoje. A Polícia Federal apreendeu com o grupo um avião, um helicóptero, vários carros (Pajero, Hilux e Honda CRV), joias e relógios Rolex. “O crime principal é o de lavagem de dinheiro”, disse o superintendente em exercício da PF no Maranhão, Eugênio Ricas. “O prefeito não tem como explicar a evolução patrimonial gigantesca em tão pouco tempo.”

O filho, Rigo Teles, e os pais, Nenzim e Santinha, numa falcatrua que rendeu mais de R$ 50 milhões
Na conta conjunta de Nenzim e Santinha foram movimentados R$ 5,9 milhões, de 2003 a 2007. Entre 2008 e 2009, houve saque de R$ 6,7 milhões. Pela conta de uma microempresa em nome de Santinha e da filha circularam R$ 17,4 milhões entre 2008 e 2010. Há grandes cifras transitando também pelas contas do Partido Verde no município. Para os delegados, a maior prova de que Nenzim desviou dinheiro está nos cartórios da cidade. Um levantamento inicial enumerou 100 imóveis no nome do prefeito, embora na declaração apresentada ao TSE só estejam incluídos cinco imóveis.

PF apreendeu uma coleção de relógios caros, helicóptero e avião com a família do prefeito de Barra do Corda
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