segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Votar em Serra é votar contra Sarney
Por José Reinaldo Tavares
Roseana Sarney chegou aos 50% da votação mais os minguados 4.866 votos, na eleição mais ma-nipulada que se tem noticia no Estado. Pouco menos de 2.500 votos evitaram o segundo turno que todos, inclusive a própria Roseana, acreditavam ser o resultado da eleição.
O que aconteceu?
Roseana Sarney, em reunião convocada para comemorar a eleição agradeceu emocionada ao irmão, Fernando Sarney, por este ter sido o único a acreditar que poderiam vencer ainda no primeiro turno. O empresário usou tudo o que estava ao seu alcance para que a irmã pudesse vencer a eleição ainda no primeiro turno.
Aviões e helicópteros cruzavam os céus, carregados de pacotes, que eram entregues a correligionários, com “fortes” argumentos eleitorais para convencimento dos indecisos. A escandalosa “técnica” de fazer votos, de última hora, incluía desde flagras de pagamentos de contas de eleitores, troca de consultas por votos, publicadas pelos jornais, a outros artifícios que desonram a dignidade do eleitorado. Dizem que apelaram até para importações...
Sabia-se que, se faltasse fiscalização em alguns municípios e em algumas seções, esse grupo disposto a vencer a todo custo, poderia tentar mudar o resultado da eleição. Como fazer isso? Às 17 horas, tem-se o número de eleitores que não apareceram para votar e, sem fiscalização, chama-se correligionários ou “bocas de urna”, em número suficiente para substituir os faltosos que, com a conivência de mesários, votam no candidato do Esquema.
Os fatos estão comprovados em várias urnas e seções de São José de Ribamar e de outros municípios. São mais de 18 mil votos dados nessas condições, já encontrados nas perícias realizadas, todos votando em rápida seqüencia, que contraria o padrão normal do dia e gastando muito menos tempo que o normal. Além de muitas outras evidências encontradas nas perícias e já denunciadas ao Ministério Público Eleitoral.
Se anulados esses votos suspeitos, a eleição vai para segundo turno, como é a vontade do eleitor.
O que levou Roseana a subir seu padrão histórico de votos em São Luis, determinante para que ela passasse dos 43% das pesquisas? Sem dúvidas, a estranha apatia do Prefeito João Castelo, que se omitiu completamente na ajuda a Jackson Lago e liberando grande parte dos vereadores de São Luis para apoiarem a governadora. Coincidentemente, os mesmos que ajudaram a eleger sua filha, Gardênia Castelo. Trabalhando com enorme estrutura e apoio e, sem encontrar contestação, ela cresceu e evitou a derrota. Coisa muito diferente de Imperatriz, onde ela perdeu mais feio ainda a despeito do apoio de vereadores, mas onde não contou com a omissão do prefeito municipal.
Para senador, todos conhecem o que aconteceu. Na oposição, só tive menos votos que Flávio Dino. A tática, arquitetada por Sarney (e adotada pela oposição) de diluir os votos da oposição ao Senado, entre mais dois candidatos, enquanto o Governo concentrou em dois, é mais do que explicativa. E mais do que isso: a obsessão de Sarney em entregar o Governo a Roseana era proporcional ao ódio contra qualquer possibilidade de eleição minha ao Senado Federal.
Todos sabem o quanto fui hostilizado pelo grupo Sarney, que impôs tudo o que queria ao presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Mesmo sendo de um partido que faz parte da base de apoio ao governo, o PSB, Lula e Dilma pediram votos para os dois candidatos ao Senado pela oligarquia e acabaram por interferir, violentamente, no resultado da eleição. O mesmo aconteceu com Flávio Dino - este com o agravante da mudança, na marra, do apoio do PT local a ele, tentando evitar que o mesmo tivesse mínimas condições de disputar a eleição.
Assim, não tenho a menor condição de apoiar Dilma para presidente, tendo em vista tudo o que ocorreu, inclusive pessoalmente comigo. E ninguém, em sã consciência, pode dar ao Sarney o poder absoluto que tanto busca e nunca teve. O risco da eleição de Dilma é tirar qualquer freio ao apetite de poder avassalador do grupo Sarney e os riscos decorrentes para o Maranhão e o seu povo de tal poder sem limites dado a um grupo que tanto atraso e pobreza trouxe ao Estado e ao seu povo.
Serra em seu programa eleitoral demonstra, claramente, que com ele Sarney está fora do governo. A eleição de Serra significa que, pela primeira vez, Sarney não participará do Governo Federal. Esta será uma benção para um Estado, vítima da sede insaciável de poder do Grupo Sarney, que poderá respirar liberdade. O poder de Sarney ficará limitado, o que representará quase a redenção do povo maranhense e da classe política.
Por tudo isso, não tenho outro caminho. Vou apoiar Serra e espero que meus amigos me acompanhem junto com aqueles que, mesmo juntos de Roseana, pensam que será melhor para o Maranhão.
Junto com o PPS e possivelmente com o PTC, dirigidos por Paulo Matos e Edivaldo Holanda, respectivamente, estamos abrindo um comitê de Serra, na sede do PPS, onde passaremos a trabalhar pela vitória do nosso candidato.
Votar em Dilma é votar em Sarney.
Serra para presidente!!!
*José Reinaldo Tavares (PSB), ex-governador do Maranhão, foi candidato ao Senado nas eleições de 3 de outubro passado.
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