Felizmente, no plano federal, medidas importantes foram anunciadas esta semana pela presidenta Dilma: investimento de R$ 880 milhões para construção de 136 novas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e ampliação de outras 56 já existentes. Os recursos também contemplarão 5.459 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) pelo país. Para o Maranhão, foram destinados R$ 68 milhões para a construção de 6 novas UPAs e melhora de 524 UBSs. Por mais que o governo do Estado insista em colocar a placa em obras alheias, o nosso povo sabe que aquilo que vem sendo feito de correto no setor é fruto de políticas federais.
Dilma também decidiu que haverá como parte do programa Brasil Carinhoso, a distribuição, durante as campanhas de vacinação, de vitamina A – essencial e não tão facilmente encontrada na alimentação. Por meio do Brasil Carinhoso, o governo federal vai também acrescentar o suplemento de ferro entre os medicamentos à disposição de pacientes nas Unidades Básicas de Saúde e incluir os remédios para tratamento de asma na rede de Farmácia Popular. No ano passado, o Ministério da Saúde já havia começado a distribuir gratuitamente medicamentos contra hipertensão e diabetes.
São medidas que têm grande impacto na melhora da saúde de milhões de brasileiros. E que ampliam o debate sobre saúde, que por vezes acaba restrito à questão do aumento de recursos. Obviamente, é importante incrementar as verbas para o setor, no entanto, é preciso que isso seja acompanhado de maior qualidade no atendimento ao cidadão. Por isso, são louváveis medidas inovadoras implantadas pelo Ministério da Saúde este ano, ainda em fase inicial, como o Melhor em Casa, em que o profissional de saúde atende ao paciente em sua residência. Ou a Carta SUS, uma correspondência que os hospitais públicos enviam a alguns de seus pacientes, após a internação, justamente para avaliar a qualidade do trabalho.
Assim como precisamos do empenho de gestores públicos, a exemplo do ministro da Saúde Alexandre Padilha, temos de lutar também por novas regras para fiscalizar e garantir qualidade no atendimento dos 60 milhões de brasileiros que procuram o sistema privado de saúde, por intermédio dos planos de saúde ou com recursos próprios. Semana passada, começou a valer a Lei Duvanier, que pune quem condicionar o atendimento de emergência a alguma exigência de garantia de pagamento, como cheque-caução. Afinal, em uma emergência a proteção ao ser humano deve estar muito acima de interesses financeiros.
Na mesma linha, o Conselho Nacional de Justiça, do qual fui secretário-geral, começou a analisar a proposta de criação de varas e juizados especiais de direito à saúde. Atualmente, há 240 mil ações judiciais e mandamento relacionadas ao tema no país. Meu objetivo, com essa proposta, é dar maior celeridade a esses processos, além de garantir a formação de profissionais especializados no tema e com mais preparo técnico para julgar as controvérsias envolvendo o Direito Sanitário. Se aprovada a proposta, teremos um novo caminho aberto para o cidadão agir em casos de desrespeito a seus direitos. E um estímulo para voltarmos a ver a saúde não como um contrato celebrado segundo as “leis de mercado”, mas sim como o direito mais essencial para todos nós.
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