Seja bem-vindo, Cutrim, e a reunião em que não estive
José Reinaldo
O ex-governador José Reinaldo Tavares escreve para o Jornal Pequeno às terças-feiras
Raimundo Cutrim, como todos sabem, foi meu secretário de Segurança Pública e foi um ótimo secretário. O que comprova isto são os números desse período, revelando que o Maranhão tinha índices de assassinatos por cem mil pessoas entre os mais baixos do país, muito diferente da insegurança que se vive aqui hoje.
Em seguida, foi eleito duas vezes deputado estadual, ambas com votação crescente. Sempre foi leal à família Sarney, mas isso não basta para eles. Tem que ser subserviente e não reclamar nunca. Se contestar alguma coisa, é tratado a pontapés.
Aconteceu também com ele que, por denunciar o quadro de insegurança total do estado, foi perseguido, acusado de vários crimes e tentativas seguidas de humilhação. Mas Cutrim não é homem de se dobrar às intempéries da vida e com muita altivez resistiu a tudo e, com um excelente discurso, rompe com seus algozes e se junta aos que querem um Maranhão melhor para todos. Dentro de pouco tempo será chamado também de traidor. Seja bem-vindo, Cutrim!
Outra grande personalidade política que decidiu marchar com a oposição é Rosângela Curado, muito forte na região tocantina e grande profissional na área da saúde. Muito importante a sua vinda, Rosângela!
Os jornais da oligarquia não param de dizer que, para voltar ao comando do PSB, eu teria feito um acordo em cujo teor eu desistia de concorrer ao senado em troca do lugar na executiva do partido. Desconheço completamente esse assunto, que, por si só, não tem sentido nenhum. Só nas intrigas da oligarquia.
Vamos aos fatos: o presidente do PSB e governador de Pernambuco Eduardo Campos pediu que o ex-deputado Pedro Valadares, que foi deputado junto comigo, viesse ao Maranhão conversar comigo e me convidar para ir a Recife para um encontro com ele. Pedro é um amigo de longas datas e a conversa foi muito boa. Poucos dias depois, Eduardo marcou o encontro e, juntamente com Marcelo Tavares, estive por mais de uma hora e meia em uma conversa descontraída e amistosa com o nosso candidato a presidente da República. Conversamos sobre tudo, e eu, José Antônio, Cleide Coutinho e Marcelo fomos convidados a voltar à executiva do partido, o que já aconteceu. Conversamos inclusive sobre plano de governo, principalmente sobre adaptar para cá muitos dos excelentes e inovadores programas do governo de Campos em Pernambuco. Também conversamos sobre Flávio Dino, política nacional, política estadual do Maranhão e também do senado.
Evidentemente jamais foi tratada qualquer proposta, como os jornais e jornalistas do governo querem fazer todos acreditarem. É de uma tolice tão grande uma proposta como essa e tão sem sentido que acabo achando que essa reunião que descrevem não foi a que participei. Só rindo. Vou dizer o porquê.
Primeiro, é bom lembrar sempre que eu deixei de ser eleito senador em 2006, quando vencemos as eleições contra Roseana, porque não quis abandonar o projeto de fazer a oposição vencer a família Sarney, como de fato aconteceu. Se tivesse pensado só em mim, como, aliás, todos antes de mim fizeram, nós teríamos perdido a eleição e hoje não existiria esse clima de mudança que domina o Maranhão. E paguei caro por isso. Todos sabem.
Portanto, a oposição deve a mim um mandato de senador, embora tenha sido a própria oposição que tenha impedido a minha eleição em 2010 ao senado, pois – até hoje não foi explicado – apareceu mais um candidato, de maneira inesperada, que só serviu para dividir nossos votos e impedir a eleição de um membro da oposição.
Entretanto, não me domina o desejo de vingança. O que me norteia é a necessidade de união das oposições e eu jamais colocaria acima disso um projeto pessoal, por mais legítimo que fosse.
E na conversa com Eduardo Campos coloquei, sem deixar qualquer dúvida, a minha posição. E aí tive a certeza, como testemunhou Marcelo Tavares, de que não há candidatura ao senado pré-estabelecida pela direção nacional. E explico: disse a Eduardo que pesquisa recente mostrava que eu e Roberto Rocha venceríamos as eleições para o senado tanto contra Roseana Sarney quanto Gastão Vieira. Porém, eu era o único que não estava em campanha e nem havia participado, ainda, das viagens com Flávio Dino ao interior, embora todos os outros estivessem. Disse ainda que eu queria mesmo era a união da oposição e a vitória de Flávio Dino, e que assim, eu deixava ao partido e à direção nacional a decisão em favor da candidatura ao senado ou à câmara federal. Qualquer uma das candidaturas, se adotadas pelo partido, me deixaria muito honrado. Vi então que não há decisão sobre isso.
Sim, porque se tivesse, ele teria aproveitado o momento e teria dito simplesmente que então eu iria ser candidato a deputado federal e Roberto a senador. Não é verdade? Seria normalíssimo.
Mas não foi assim. Ele disse que essa decisão seria tomada pela direção nacional e estadual do partido, e que abriria um prazo para um entendimento local, já que essa decisão não precisa ser tomada agora. Ela tem que estar consumada em junho do ano que vem durante a convenção do partido. Agora é outro momento…
Aqueles que tentam precipitar essa decisão denotam fraqueza política e denunciam apenas um projeto pessoal, o que ao longo dos tempos só concorreu para dividir a oposição.
Vamos todos nos unir pelo projeto maior de mudar o Maranhão contra a pobreza, desigualdade e injustiça.
Vamos então saudar a vinda do nosso candidato Eduardo Campos no dia 13 e Raimundo Cutrim no dia 14, ambos em grandes reuniões no auditório da Assembleia.
Cada vez mais unidos
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