Militante histórico dos movimentos sociais no Maranhão e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, o deputado Domingos Dutra, atualmente na coordenação nacional da Rede Sustentabilidade, defende a realização de uma reunião dos líderes oposicionistas, após o dia cinco de outubro, data em que será definido o quadro partidário para as eleições de 2014, a fim de estabelecer uma comissão para pensar agenda e elaborar o plano de governo do candidato Flávio Dino.
Para o parlamentar, a oposição vem dando exemplo de maturidade e, ao que tudo indica, marchará unida na sucessão estadual do ano que vem. Dutra disse está seguro que a candidatura do presidente da Embratur está catalisando não apenas a unidade da oposição, mas agregando lideranças políticas que no passado tinham uma posição diferente e apoiavam o grupo adversário. “A oposição do Maranhão tem juízo e vai construir uma só candidatura para governador, para vice e para senador”, acredita.
Atualmente sem partido, mas lutando para tentar legalizar a Rede Sustentabilidade, Dutra adverte que tem até o dia três de outubro para conseguir reunir todas as filiações necessárias, mas caso não seja possível existe a possibilidade de ingressar no partido Solidariedade, que também tenta conseguir a legalidade, mas se também não conseguir, vai procurar outro caminho.
“Meu partido está definido, faço parte da comissão nacional da REDE. Nós temos a última sessão do TSE no dia 3 de outubro, portanto até o dia 3 eu terei que me definir. Se por acaso a REDE não se viabilizar eu vou buscar um outro caminho. Só tenho uma certeza: no PT arranchado no curral do Sarney eu não ficarei. Se a RDE não der eu vou buscar uma outra legenda para fazer política”, adianta.
Segundo Domingos Dutra, existem três opções partidárias, caso não der certo a REDE ou o Solidariedade. Ele mesmo explica: “como eu tenho mandato, para não ter o risco de ser perseguido pelo Futi (José Sarney), por causa da fidelidade, eu teria que ir para um partido novo. Não dando nenhum dos dois eu vou optar entre PSB, PCdoB e PDT. Eu vou ter que escolher um destes três. O único problema é que sou pré-candidato a senador e o PCdoB já tem candidato a governador, o PSB tem dois pré-candidatos a senador, então tem o PDT que disputa a vice e eu teria maior facilidade para compor a chapa majoritária”, observa.
Dutra explicou que o fato de ter excesso de candidatos á vaga majoritária de senador em nada vai dificultar a unidade do grupo? “A história já nos provou que o Sarney tem tido vida longa não é só porque usa métodos ilegais, é matreiro, tá sempre agregado ao planalto, mas porque a oposição tem colaborado muito para a vida longa do dele, principalmente por conta da falta de unidade. Eu defendo um único candidato a governador e candidato único a senador. O fato de ter muitos pretendentes não quer dizer que não tenha unidade”, adverte.
Para o deputado, é precisa ter critério para construir a unidade. Ele adianta que não dar para retirar o seu nome só porque não tem dinheiro. “E preciso que haja critérios. Uma pesquisa qualitativa, uma pesquisa quantitativa? Quem tem condições de ganhar? Estabelecido o critério, se eu não me enquadrar ou se perder, não tenho nenhum problema em tirar meu nome”, enfatiza.
Decisão do TSE – Domingos Dutra aproveitou a reportagem do Jornal Pequeno para emitir sua opinião sobre a decisão do Tribunal Superior Eleitoral em considerar inconstitucional o julgamento Recurso Contra Expedição de Diploma - RCED – pela corte superior.
“Eu disse na tribuna que depois de 25 anos o TSE mudou a jurisprudência para beneficiar Roseana. Até provem o contrário, para mim, fizeram para beneficiar a filha do Sarney. Eles fizeram de tudo para retirar o ministro Arnaldo Versianni da relatoria, depois o procurador Roberto Gurgel passou um ano com o processo na gaveta, ainda bem que quando devolveu recomendou a cassação, mas quando iria entrar na fila na cassação inventaram uma tese de que RCED é inconstitucional. Como, se cassaram o Jackson Lago com esse recurso, ou seja, na hora de cassar Roseana não vale? Então para mim foi endereço certo. Eu vi ontem uma entrevista do relator dizendo que está examinando o caso de Roseana e pode não se enquadrar nessa decisão que o TSE tomou. Se ele tomar essa atitude e se o plenário acolher menos ruim, mas se for no mesmo sentido e se o DEM não recorrer ao Supremo Tribunal Federal para anular isso, ainda este ano vai ser muito difícil o TSE julgar, porque se julgar vai ser muito difícil não cassar Roseana e seu vice”, enfatiza.
O ex-petista disse ainda que viu como indignação a articulação do senador José Sarney para garantir apoio ao PMDB na pretensa candidatura de Roseana à presidência do Senado, em 2015, conforme publicou o jornalista Leandro Mazzini.
“Infelizmente Sarney trata o Maranhão como uma fazenda. Ele trata o povo como gado. E mais triste ainda é saber que Sarney tem mais poder em pleno período que se chama de democrático do que na Ditadura, justamente no governo do PT. O poder todo do Sarney deve-se ao ex-presidente Lula. Foi ele quem mandou fazer intervenção. Eu tenho dito que a relação que o Sarney tem com o PT é uma relação de trabalho escravo. Quanto mais o Sarney cobra, mais o governo paga, mais o Sarney cobra e mais o governo paga. É uma dívida impagável que não se sabe como ela foi contraída”, reclama.
Dutra acrescenta que Sarney tem os cargos federais no Maranhão, no Amapá, tem a metade do banco da Amazônia, é dono do ministério de Minas e Energia, debochou de Lula no Senado quando derrotou Tião Viana, cassou Jackson, tomou o PT do Maranhão e mesmo assim a dívida continua crescendo. “Infelizmente ele pensa assim, age assim e tratar o Maranhão como uma colônia, a tal ponto de considerar que afilha já está eleita e vai ser presidente do Senado em 2015”, lamentou.
BLOG DO JORGE VIEIRA
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