sábado, 21 de março de 2020
TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE O CORONAVIRUS, E FIQUE EM CASA!!!
A epidemia do novo coronavírus já deixou mais de 2 mil mortos. Mas por que este vírus está contaminando tantas pessoas? Abaixo, confira o que se sabe e o que ainda falta esclarecer sobre o coronavírus:
- Qual é a origem do vírus?
- Onde surgiram os primeiros casos?
- O que é responsável pela transmissão?
- Onde estão as infecções?
- Onde ocorreu a primeira morte?
- Como ocorre a transmissão?
- Quais são os sintomas?
- É um vírus que vem pra ficar ou vai 'desaparecer'?
- Há vacina disponível?
- Qual é o status de transmissão entre países?
1. Qual é a origem do vírus?
O novo vírus é apontado como uma variação da família coronavírus. Os primeiros foram identificados em meados da década de 1960, de acordo com o Ministério da Saúde.
O nome do vírus não foi definido pela organização. Temporariamente, recebeu a nomenclatura de 2019-nCoV.
Outras variações mais antigas de coronavírus, como SARS-CoV e MERS-CoV, são conhecidas pelos cientistas. Eles também chegaram aos humanos por contato com animais: gatos, no caso da Sars, e dromedários, no vírus Mers.
2. Onde surgiram os primeiros casos?
A OMS emitiu o primeiro alerta para a doença em 31 de dezembro de 2019, depois que autoridades chinesas notificaram casos de uma misteriosa pneumonia na cidade de Wuhan, metrópole chinesa com 11 milhões de habitantes, sétima maior cidade da China e a número 42 do mundo. O tamanho é comparável com a cidade de São Paulo, que tem mais de 12 milhões de habitantes.
O surto inicial atingiu pessoas que tiveram alguma associação a um mercado de frutos do mar em Wuhan – o que despertou a suspeita de que a transmissão desta variação de coronavírus ocorreu entre animais marinhos e humanos. O mercado foi fechado para limpeza e desinfecção.
3 . O que é responsável pela transmissão?
Ainda não se sabe como se deu a primeira transmissão para humanos. A suspeita é que tenha sido por algum animal silvestre. O tipo de animal e forma como a doença foi transmitida ainda são desconhecidos. Uma hipótese é que o novo vírus esteja associado a animais marinhos. Entretanto, ao menos duas pesquisas apontam outras possibilidades: uma delas cita a cobra e, outra, os morcegos.
Cobra chinesa (Bungarus multicinctus) que pode ter carregado a nova cepa do coronavírus — Foto: LiCheng Shih/CCBY2.0
4. Onde estão as infecções?
A maioria dos casos está na China, mas há registros em dezenas de países em 4 continentes.
Na China, a doença foi registrada em todas as províncias do país, incluindo o Tibete, a última a registrar casos. A maior parte dos infectados estão na província central de Hubei.
5. Onde ocorreu a primeira morte?
Na China, em 9 de janeiro. Um homem de 61 anos foi a primeira vítima. O paciente foi hospitalizado com dificuldades para respirar e pneumonia grave, e morreu após uma parada cardíaca. Naquele momento, 41 pessoas já haviam se infectado.
6. Como ocorre a transmissão?
As pesquisas apontam que a primeira transmissão ocorreu de animal para humano. E depois passou a ocorrer de pessoa para pessoa. O que ainda precisa ser esclarecido, de acordo com o infectologista Leonardo Weissmann, é a capacidade de transmissão.
"O vírus é da mesma família dos coronavírus, mas, por ser novo, não se sabe quão contagioso ele é. Sabemos só que as pessoas foram até o mercado da China. Mas qual é o nível de contágio? Pode ser só via aérea, secreções?" – Leonardo Weissmann. infectologista.
Cientistas do Colégio Imperial de Londres estimaram que a taxa de transmissão do novo coronavírus entre humanos é de duas a três pessoas para cada paciente infectado. O relatório, divulgado em 25 de janeiro, é preliminar e foi feito a partir de modelos computacionais baseados em dados de epidemias anteriores.
Raio X do novo coronavírus — Foto: Amanda Paes e Cido Gonçalves/Arte G1
Outro ponto ainda a esclarecer está relacionado ao perfil dos pacientes. Ao menos três estudos científicos já divulgados apontam que homens idosos com problemas de saúde são os mais vulneráveis. A idade média das primeiras vítimas era de 75 anos, segundo o Comitê Nacional de Saúde da República Popular da China. Enquanto isso, um artigo divulgado na sexta (24) na revista "The Lancet" mostra que a maioria dos sobreviventes tem até 49 anos e é saudável.
7. Quais são os sintomas?
Foram identificados sintomas como febre, tosse, dificuldade em respirar e falta de ar. Em casos mais graves, há registro de pneumonia, insuficiência renal e síndrome respiratória aguda grave.
Ciclo do novo coronavírus - transmissão e sintomas — Foto: Aparecido Gonçalves/Arte G1
8. É um vírus que vem pra ficar ou vai 'desaparecer'?
Não se sabe ainda. Alguns vírus, como o da catapora, não voltam a causar a doença novamente após uma primeira infecção.
No caso do vírus da zika, por exemplo, o corpo responde e a mesma pessoa não passa a ser afetada novamente, o que gera uma redução natural no número de casos.
A ciência ainda precisa estudar se o 2019-nCoV gera uma resposta imune definitiva ou se uma pessoa pode ser infectada mais de uma vez.
9. Há vacina disponível?
Ainda não há vacina disponível. A Coalizão de Inovações em Preparação para Epidemias (Cepi) – grupo internacional para o controle de doenças – anunciou um fundo para apoiar três programas de desenvolvimento de vacinas contra o 2019-nCoV, o novo coronavírus. A Rússia também informou que busca uma vacina para o vírus. Um grupo de cientistas americanos anunciou que deve começar a testar as vacinas em três meses.
10. Qual é o status de transmissão entre países?
A OMS declarou em 30 de janeiro que os casos do novo coronavírus 2019 n-CoV são uma emergência de saúde pública de interesse internacional, não pelo que ocorre na China, mas pelos registros em outros países. Com isso, uma ação coordenada de combate à doença deverá ser traçada entre diferentes autoridades e governos.
Esta foi a quinta vez que a organização decretou estado de emergência global para uma epidemia viral. As decisões anteriores foram tomadas para o zika vírus, a gripe H1N1, a poliomielite e o ebola.
A OMS diz que entende como "emergência pública internacional" apenas "eventos extraordinários", quando há um risco para a saúde pública em outros países devido à propagação de doenças, exigindo uma ação coordenada.
Supõe uma situação "grave, repentina, incomum ou inesperada, que tem repercussões para a saúde pública além das fronteiras nacionais do Estado afetado e que pode exigir uma ação internacional imediata".
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